Sindicato repudia ação da Polícia Militar na Regional Diadema

Na última sexta-feira, dia 11, a Regional Diadema dos Meta¬lúrgicos do ABC foi invadida e cercada por policiais militares sem nenhuma justificativa du¬rante ato organizado pelo PT. 
“Desde a ditadura mili¬tar, isso nunca mais tinha acontecido. É um abuso de autoridade e é com ações de intimidação que começam a retirada de direitos dos traba¬lhadores”, alertou o presidente do Sindicato, Rafael Marques. 
A plenária ocorria em de¬sagravo às ações arbitrárias realizadas pela Polícia Federal na semana anterior, quando constrangeram companheiros a depor coercitivamente, entre eles, o ex-presidente Luiz Iná¬cio Lula da Silva e o ex-prefeito de Diadema, José de Filippi Jr., sem que tivessem se recusado a prestar informações.

(Foto: Piti)

Na última sexta-feira, dia 11, a Regional Diadema dos Metalúrgicos do ABC foi invadida e cercada por policiais militares sem nenhuma justificativa durante ato organizado pelo PT. 

“Desde a ditadura militar, isso nunca mais tinha acontecido. É um abuso de autoridade e é com ações de intimidação que começam a retirada de direitos dos trabalhadores”, alertou o presidente do Sindicato, Rafael Marques. 

A plenária ocorria em desagravo às ações arbitrárias realizadas pela Polícia Federal na semana anterior, quando constrangeram companheiros a depor coercitivamente, entre eles, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-prefeito de Diadema, José de Filippi Jr., sem que tivessem se recusado a prestar informações.

“Não vamos permitir esse tipo de ameaça e vandalismo contra quem está na luta pela democracia. O Brasil não vai aceitar tentativa de golpe”, afirmou Rafael.

Invasão
Dois policiais militares invadiram o Sindicato por volta das 20h. Foi preciso intervenção dos parlamentares que participavam da reunião, entre eles o deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, e os deputados estaduais Teonílio Monteiro da Costa, o Barba, Luiz Fernando Teixeira e Luiz Turco.
“Ficamos estarrecidos. Estávamos na plenária quando fomos surpreendidos com a chegada de um tenente e de um democraciasoldado, que entraram no prédio com metralhadora na mão e criaram um clima de tensão muito grande entre os mais de 400 companheiros presentes”, contou Barba.
Segundo o deputado, os policiais disseram que foram averiguar uma manifestação, mas não tinham nenhuma notificação ou mandado. “Enquanto isso, a Regional foi cercada por viaturas e policiais com armas em punho de forma totalmente desnecessária. Estávamos em quatro deputados e garantimos a saída dos policiais com tranquilidade”, destacou.

Barba ressaltou que o artigo 5º da Constituição, incisos 11 e 16, garante o direito de reunião em locais fechados. “Reunião com mais de cinco pessoas não podia acontecer na época da ditadura. Sempre que fazemos manifestação em praça pública, comunicamos a PM para garantir a segurança das pessoas, mas nesse caso era uma reunião fechada”, disse.

O coordenador da Regional Diadema, David Carvalho, solicitou aos dois PMs para ir até a sua sala conversar com os representantes do ato. “Fora eles, tinham oito policiais a paisana na plenária. Isso tudo parece uma ação premeditada de intimidação”, afirmou.

Para o ouvidor da Polícia Militar do Estado, Júlio Cesar Neves, a ação de policiais armados é um “risco à democracia” e disse que vai cobrar explicações da Secretaria da Segurança Pública. “É algo inédito e precisamos saber de quem partiu a ordem. Isso é um risco à democracia. Em 1964 começou assim.”

Ataques

Diversas entidades foram atacadas, entre elas as sedes da CUT e da CTB, subsedes da CUT de Campinas e Itupeva, do PT e do PCdoB e a sede da UNE no fim de semana.

No ano passado, as sedes do Instituto Lula e da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, a CNM-CUT, sofreram ataques.

“Enquanto várias pessoas apelam para que haja tolerância, existe uma onda crescente e covarde contra instituições que representam os trabalhadores e que prezam pela democracia no País. A nossa luta é em defesa de um Brasil grande, com geração de emprego e renda”, disse Rafael.

Providências

Por meio do deputado estadual Luiz Fernando Teixeira, que integra a Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa, o Sindicato e as demais entidades atacadas solicitaram audiência com o secretário da Segurança Pública do Estado, Alexandre de Moraes, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para exigir esclarecimentos.

Manifestações apoiam os metalúrgicos do ABC e condenam ação policial

“… Os mesmos princípios democráticos devem ser defendidos em relação ao episódio ocorrido na subsede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC… É preciso que o governo de São Paulo apure com rigor o ocorrido e as motivações para a ação de policiais armados durante uma plenária em apoio ao ex-presidente Lula. Que os fatos sejam plenamente esclarecidos”, Dilma Rousseff, presidenta da República.

“Alckmin tem que explicar invasão da PM no Sindicato dos Metalúrgicos, em Diadema, e o apoio ao ato contra o PT”, Emidio de Souza, presidente do PT-SP.

“O desprezo aos partidos políticos leva à ditadura do Judiciário, ao fascismo. Sem partidos políticos não há democracia. E o alvo sempre será a classe trabalhadora”, Vagner Freitas, presidente nacional da CUT.

“Essa ação não nos intimidará, somos firmes na defesa da democracia e repudiamos qualquer tentativa que ameace nossa liberdade”, Carina Vitral, presidenta da União Nacional dos Estudantes.

“Podemos ver quem de verdade tem compromisso com a liberdade e a democracia e quem tenta se valer de intimidação e repressão para impor sua vontade”, Lindbergh Farias, senador.

Da Redação