Sindicato repudia ação da Polícia Militar na Regional Diadema
(Foto: Piti)
Na última sexta-feira, dia 11, a Regional Diadema dos Metalúrgicos do ABC foi invadida e cercada por policiais militares sem nenhuma justificativa durante ato organizado pelo PT.
“Desde a ditadura militar, isso nunca mais tinha acontecido. É um abuso de autoridade e é com ações de intimidação que começam a retirada de direitos dos trabalhadores”, alertou o presidente do Sindicato, Rafael Marques.
A plenária ocorria em desagravo às ações arbitrárias realizadas pela Polícia Federal na semana anterior, quando constrangeram companheiros a depor coercitivamente, entre eles, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-prefeito de Diadema, José de Filippi Jr., sem que tivessem se recusado a prestar informações.
Invasão
Barba ressaltou que o artigo 5º da Constituição, incisos 11 e 16, garante o direito de reunião em locais fechados. “Reunião com mais de cinco pessoas não podia acontecer na época da ditadura. Sempre que fazemos manifestação em praça pública, comunicamos a PM para garantir a segurança das pessoas, mas nesse caso era uma reunião fechada”, disse.
O coordenador da Regional Diadema, David Carvalho, solicitou aos dois PMs para ir até a sua sala conversar com os representantes do ato. “Fora eles, tinham oito policiais a paisana na plenária. Isso tudo parece uma ação premeditada de intimidação”, afirmou.
Para o ouvidor da Polícia Militar do Estado, Júlio Cesar Neves, a ação de policiais armados é um “risco à democracia” e disse que vai cobrar explicações da Secretaria da Segurança Pública. “É algo inédito e precisamos saber de quem partiu a ordem. Isso é um risco à democracia. Em 1964 começou assim.”
Ataques
Diversas entidades foram atacadas, entre elas as sedes da CUT e da CTB, subsedes da CUT de Campinas e Itupeva, do PT e do PCdoB e a sede da UNE no fim de semana.
No ano passado, as sedes do Instituto Lula e da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, a CNM-CUT, sofreram ataques.
“Enquanto várias pessoas apelam para que haja tolerância, existe uma onda crescente e covarde contra instituições que representam os trabalhadores e que prezam pela democracia no País. A nossa luta é em defesa de um Brasil grande, com geração de emprego e renda”, disse Rafael.
Providências
Por meio do deputado estadual Luiz Fernando Teixeira, que integra a Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa, o Sindicato e as demais entidades atacadas solicitaram audiência com o secretário da Segurança Pública do Estado, Alexandre de Moraes, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para exigir esclarecimentos.
Manifestações apoiam os metalúrgicos do ABC e condenam ação policial
“… Os mesmos princípios democráticos devem ser defendidos em relação ao episódio ocorrido na subsede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC… É preciso que o governo de São Paulo apure com rigor o ocorrido e as motivações para a ação de policiais armados durante uma plenária em apoio ao ex-presidente Lula. Que os fatos sejam plenamente esclarecidos”, Dilma Rousseff, presidenta da República.
“Alckmin tem que explicar invasão da PM no Sindicato dos Metalúrgicos, em Diadema, e o apoio ao ato contra o PT”, Emidio de Souza, presidente do PT-SP.
“O desprezo aos partidos políticos leva à ditadura do Judiciário, ao fascismo. Sem partidos políticos não há democracia. E o alvo sempre será a classe trabalhadora”, Vagner Freitas, presidente nacional da CUT.
“Essa ação não nos intimidará, somos firmes na defesa da democracia e repudiamos qualquer tentativa que ameace nossa liberdade”, Carina Vitral, presidenta da União Nacional dos Estudantes.
“Podemos ver quem de verdade tem compromisso com a liberdade e a democracia e quem tenta se valer de intimidação e repressão para impor sua vontade”, Lindbergh Farias, senador.
Da Redação