Trabalhadores na Mahle e Metaltork aprovam mobilização pela Campanha Salarial
Disposição é de lutar pela Convenção Coletiva, reposição da inflação e aumento real
Fotos: Adonis Guerra
Os trabalhadores na Mahle, em São Bernardo, e no Grupo Metaltork (Metaltork e General Fix), em Diadema, aprovaram em assembleias ontem a disposição de luta para avançar na Campanha Salarial.
Na Mahle, o secretário-geral do Sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva, reforçou a importância de uma Convenção Coletiva assinada.
“É na Convenção que estão previstos diversos direitos, como a garantia ao acidentado ou com doença ocupacional. Com o ambiente de reforma Trabalhista, temos que vigiar os direitos a todo o momento”, chamou.
“Os patrões têm falado muito em mexer no piso salarial, que ocasiona perda de competitividade e produtividade, mas sabemos que o problema do Brasil não está no salário nem nos direitos dos trabalhadores. O problema está na falta de uma política macroeconômica, na ausência de uma política industrial e automotiva”, explicou.
O coordenador de São Bernardo, Genildo Pereira Dias, o Gaúcho, destacou que a conjuntura nunca foi tão difícil e, por isso, a unidade é fundamental.
“A reforma Trabalhista e a terceirização vieram com a promessa de gerar empregos, mas foram implantadas para retirar direitos. O recado é que os trabalhadores não vão baixar a cabeça, faremos frente aos desmandos com a luta que for necessária”, disse.
A coordenadora do Coletivo de Mulheres Metalúrgicas do ABC, Andrea Ferreira de Sousa, a Nega, lembrou que o Sindipeças soltou um informativo para que as empresas apliquem só o INPC. “Eles recuaram com a mobilização dos trabalhadores. É preciso honrar o compromisso na mesa de negociação. Mas se não tiver avanço, faremos a luta”, afirmou.
O CSE na Mahle, Marcelo Pereira dos Santos, defendeu que é preciso avançar. “Se dependesse só da bancada patronal, seria só a aplicação do INPC e nada de aumento real. Os trabalhadores demonstram aqui que estão mobilizados e organizados para defender os direitos”, contou.
Metaltork
Fotos: Edu Guimarães
Na Metaltork, o coordenador da Regional Diadema, Claudionor Vieira do Nascimento, criticou a postura da empresa, que contratou seguranças e fechou o portão para tentar intimidar o pessoal na assembleia, o que não impediu a votação por avanços na Campanha Salarial.
“Essa postura da empresa é ruim e ultrapassada. Não adianta fechar portão porque não é isso que segura os trabalhadores. A empresa não é dona dos trabalhadores. Ninguém vendeu a dignidade ao patrão. O Sindicato busca sempre o diálogo e o entendimento, mas que a empresa trate com respeito àqueles que produzem no dia a dia a riqueza dela”, afirmou.
O coordenador de área e CSE na Metaltork, João Paulo Oliveira dos Santos, reforçou que esse é mais um reflexo da luta de classes. “Os patrões acham que podem fazer o que querem, graças a um governo que defende um emprego que beira à informalidade. Essa Campanha Salarial vai mostrar que, mais uma vez, os trabalhadores não vão baixar a cabeça frente ao retrocesso”, explicou.
O CSE na Metaltork, João Ferreira Rocha, o Cabecinha, lembrou que a empresa está sob nova gestão. “Acham que a pressão em cima dos trabalhadores vai nos amedrontar. Os companheiros mostraram, mais uma vez, estarem dispostos a lutar pelos seus direitos e pela sua dignidade”, contou.
Da Redação.