Trabalhadores na Volks doam 1,5 tonelada de alimentos à luta dos professores em greve
Os trabalhadores na Volks, em São Bernardo, doaram mais de 1,5 tonelada de alimentos não perecíveis, além de uma quantia em dinheiro, ao fundo de greve para socorrer professores grevistas que, segundo a entidade, tiveram seus salários descontados.
A entrega aconteceu no último dia 3, na subsede da Apeoesp, sindicato que representa a categoria, em São Bernardo.
A greve dos professores da rede estadual paulista de ensino completa hoje 91 dias e passou a ser a mais longa da história, superando a paralisação de 82 dias realizada em 1989.
“Foram 15 dias de campanha intensa com os companheiros dos três turnos na fábrica, que colaboraram de todas as formas em prol da luta dos professores”, afirmou o vice-coordenador do CSE na Volks, Wagner Lima. “Entre os alimentos entregues estão arroz, feijão, macarrão e vários outros itens”, prosseguiu.
Para o dirigente, a atitude dos trabalhadores na montadora exercita a solidariedade e mostra que, enquanto tiver um movimento em favor da classe trabalhadora, os metalúrgicos do ABC serão presentes. “Como eles foram conosco pela conquista na reversão das 800 demissões em janeiro deste ano”, declarou Wagner.
Com o mote “Reajuste Zero não dá, por isso a greve vai continuar!”, o movimento avança com nova assembleia estadual amanhã, às 14h, no vão livre do MASP, na Avenida Paulista.
Quem puder colaborar com a luta dos professores, com alimentos não perecíveis,entrar em contato com a subsede de São Bernardo. Av. Dom Paulo Mariano, 40, Nova Petrópolis. Fone 4125-6558. E-mail saobernardo@apeoespsub.org.br.
A GREVE EM NÚMEROS
Professor da rede estadual recebe, em média, R$ 2.422,58, por 40 horas semanais
Luta por 75,33% para equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior
Professores reivindicam máximo de 25 alunos por sala
7% foi o último aumento em julho do ano passado
8,1% é a inflação, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, entre março de 2014 e março de 2015
A rede paulista tem 5.300 escolas, 230 mil professores e 4 milhões de estudantes – parte deles sem aulas sem nenhum plano para reposição.
Da Redação.