Trabalho e Cidadania entra em férias e só volta em 2013

"O espaço de negociação que a categoria conquistou é fruto de muitos anos de luta da companheirada e isso é mostrado aqui, em cada dia de curso", disse presidente do Sindicato, Rafael Marques


Presidente do Sindicato fala para uma das últimas turmas do ano. Foto: Raquel Camargo / SMABC

“O espaço de negociação que os Metalúrgicos do ABC conquistaram é fruto de muita luta da companheirada, de vários anos de história, e isso está sendo mostrado aqui, em cada dia de curso”.

Com essas palavras, o presidente do Sindicato, Rafael Marques, abriu o último encontro deste ano de uma das turmas do programa Trabalho e Cidadania. As atividades voltarão na primeira semana de fevereiro do ano que vem.

Mais de três mil trabalhadores na Ford, Mercedes, Rolls-Royce, IGP, Itaesbra e Delga já conheceram como funciona a negociação coletiva, a estrutura do Sindicato, sua organização e o momento histórico em que tudo foi construído.

Em 2012, os companheiros puderam participar também do segundo módulo do curso, que abordou saúde, condições de trabalho e meio ambiente. Quem participou vinha pela segunda vez. Cerca de 400 trabalhadores passaram por essa etapa.

“Muitas vezes o companheiro chega desconfiado sobre o funcionamento do Sindicato. Depois de um dia de participação, ele percebe que tudo é fruto do intenso trabalho de base, de formação e de planejamento”, afirmou Rafael.

O dirigente adiantou que existem negociações para que outras empresas assinem acordo de participação do Trabalho e Cidadania no próximo ano.

Participação das autopeças cresce em 2012
Por conta das paradas de produção na Ford e na Mercedes durante o ano, o número de metalúrgicos nas autopeças que participou do Trabalho e Cidadania cresceu. Cerca de 30% dos participantes no primeiro módulo do programa vieram dessas empresas em 2012.

Isto acabou sendo muito bom, pois permitiu que esses companheiros trocassem informações com metalúrgicos nas montadoras, conhecendo realidades diferentes de chão de fábrica dentro da mesma base.

“Essa aproximação muda a visão de mundo dos trabalhadores, que descobrem que a realidade deles é muito mais próxima do que imaginam, e que algumas dificuldades do dia a dia são parecidas nas fábricas grandes e nas menores”, contou Walter Souza, coordenador do Trabalho e Cidadania e membro do CSE na Mercedes.

No ano que vem, o conteúdo dos módulos do curso vai incluir debates sobre o Programa Brasil Maior e a construção do Inovar Auto, o novo Regime Automotivo.

“Um dos questionamentos mais presentes de quem participa do Programa é como o Sindicato se prepara para o futuro e esses temas fazem parte das ações mais destacadas da categoria nesse sentido”, explicou Souza.

No programa Trabalho e Cidadania, o companheiro deixa a fábrica por um dia – e tem o dia pago por ela – para se dedicar a cursos sobre formação, história e funcionamento do Sindicato. No Brasil, apenas os Metalúrgicos do ABC contam com essa conquista.

Veja a opinião de alguns companheiros que participaram do curso
“Foi muito importante. Eu desconhecia o funcionamento do Sindicato. É um trabalho interessante e não tão simples como pensava”. Cristina Harumi Uwaide – Itaesbra. 

“Foi muito importante. Eu não sabia das lutas e batalhas que enfrentamos para conquistar os direitos e os salários dignos que temos”. Emerson Quirino Rodrigues – Delga. 

“Gostei muito e aprendi muito. Antes o que eu conhecia sobre o Sindicato eram apenas boatos. Por isso o curso é tão bom e eu faria de novo”. Jonathan de Oliveira dos Santos – Itaesbra. 

“Gostei muito de ver a história de lutas da categoria. Antes, tinha noção de como a negociação coletiva funciona, mas agora, depois do curso, sei muito mais”. Fábio Célio Vidal – IGP.

Da Redação