10 mil trabalhadores marcham contra demissões e pela adoção do PPE

Foto: Adonis Guerra

Mais de 10 mil trabalhadores participaram da Marcha Contra as Demissões dos compa­nheiros na Mercedes, na manhã de ontem, em São Bernardo.

“A luta é na rua para reverter as demissões que a empresa quer fazer. Se a Mercedes não retroceder, isso é só o início de uma grande luta da classe trabalhadora”, afirmou o diretor Administrativo do Sindicato e CSE na Mercedes, Moisés Selerges.

A greve contra as demissões entra hoje no quarto dia. Os trabalhadores começaram a receber telegramas sobre a rescisão do contrato no fim da semana passada. A montadora alega ter excedente de 2 mil trabalhadores e informou ao Sindicato que o Programa de Proteção ao Emprego, o PPE, é insuficiente para a situação atual.

“O que a empresa quer fazer é uma tragédia para a cadeia produtiva e para toda a sociedade. A cada demitido aqui, quatro trabalhadores também perdem os empregos. Nós não vamos permitir essa atrocidade”, afirmou o vice-presidente do Sindicato e CSE, Aroaldo Oliveira da Silva.

O diretor de Comunicação e CSE na Mercedes, Val­ter Sanches, destacou que o Sindicato continua aberto a construir alternativas como o Programa de Proteção ao Emprego, o PPE, mas até o fechamento desta edição, não houve contato da empresa. “Vamos sair vitoriosos porque quando os trabalhadores vão para a rua, a vitória é certa”, declarou.

A Marcha, que saiu da portaria central da Mercedes, seguiu em direção a autopeças Rassini, no km 14,5 da Anchieta. Durante o trajeto, recebeu apoio e solidarieda­de da população e de trabalhadores em outras fábricas. A Rassini foi a primeira empresa da base a aprovar o acordo do Programa de Proteção ao Emprego no último dia 5.

“A empresa também sofreu queda de produção, mas buscou o diálogo para proteger os empregos dos traba­lhadores com dignidade. O acordo na Rassini é exemplo para a Mercedes e para todas as empresas e trabalhadores do Brasil”, afirmou o secretário-geral da CUT e CSE na montadora, Sérgio Nobre.

O secretário-geral do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, ressaltou a importância da negociação na busca por soluções. “Se a empresa não entender isso, é luta, mobilização e máquinas paradas. Todas os avanços fo­ram conquistados com os trabalhadores nas ruas”, disse.

“Aqui os trabalhadores não fogem à luta e ninguém vai abaixar a cabeça para os alemães. Vamos todos jun­tos até a vitória para reverter as demissões”, concluiu o coordenador do CSE na Mercedes, Ângelo Máximo Pinho, o Max.

 Da Redação.