10 mil trabalhadores participam da Marcha Contra as Demissões na Mercedes
Trabalhadores caminham na Anchieta em protesto contra as demissões na Mercedes
Mais de 10 mil trabalhadores participaram na manhã desta quarta, dia 26, da Marcha Contra as Demissões dos companheiros na Mercedes, em São Bernardo. “A luta pelos empregos é na rua para reverter as demissões. Todo mundo na luta juntos”, afirmou o diretor de Administração do Sindicato e CSE na Mercedes, Moisés Selerges.
Os trabalhadores na montadora começaram a receber telegramas sobre a rescisão do contrato no fim da semana passada. A montadora alega ter excedente de 2 mil trabalhadores e informou ao Sindicato que o Programa de Proteção ao Emprego, o PPE, é insuficiente para a situação atual.
“O que a empresa quer fazer é uma tragédia para a cadeia produtiva e para a sociedade. A cada demitido aqui, quatro trabalhadores também perdem os empregos. Nós não vamos permitir”, lembrou o vice-presidente do Sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva.
Para o diretor de Comunicação e CSE na Mercedes, Valter Sanches, é preciso buscar caminhos e encontrar alternativas com o Programa de Proteção ao Emprego, o PPE. “Vamos sair vitoriosos porque quando os trabalhadores vão para a rua, a vitória é certa”, declarou o dirigente.
A luta contra as demissões entra no terceiro dia e, até o momento, o movimento já repercutiu em 39 meios de comunicação internacionais.
A Marcha, que saiu da portaria central da Mercedes, seguiu em direção a autopeças Rassini, no km 14,5 da Anchieta. Durante o trajeto, recebeu apoio e solidariedade da população e trabalhadores em outras fábricas, como a Ford. A Rassini foi a primeira empresa da base a aprovar o Programa de Proteção ao Emprego
“A empresa também sofreu queda de produção, mas buscou o diálogo e alternativas para proteger o emprego com dignidade. O PPE é alternativa na Mercedes. O acordo na Rassini é exemplo para todas as empresas e trabalhadores do Brasil”, afirmou o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre.
“É importante que os trabalhadores continuem nessa luta. Temos que fazer barulho para que a direção da fábrica ouça o clamor da classe trabalhadora”, concluiu o diretor executivo do Sindicato, Alexandre Colombo.
Da Redação