10% só zerando todas as perdas no governo Lula
O presidente do Sindicato, José Lopez Feijóo, advertiu ontem que a proposta de correção parcial na tabela do Imposto de Renda está condicionada à correção total da inflação durante os quatro anos do governo Lula.
Se a proposta apresentada pelas centrais sindicais em reunião na quarta-feira com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, for aprovada, o trabalhador não acumulará mais perdas no salário entre 2002 e 2006 por falta de correção na tabela.
As centrais só aceitam que a tabela seja corrigida em 10% este ano, ao invés dos 17% acumulados em 2003 e 2004, se for eliminada toda a defasagem nos próximos dois anos. Ou seja, em 2005 o governo tem de aplicar uma correção de 3,13% mais a inflação do período. Em 2006, os 3,13% restantes mais a inflação do ano, zerando a defasagem na tabela referente ao governo Lula.
“Esse é o limite que chegamos. É a garantia de zerar a perdas. Caso contrário, recomeçaremos as negociações a partir dos 17%”, retrucou Feijóo, justificando que a proposta representaria um avanço. “Em 8 anos do governo FHC acumulamos uma diferença de 39%. Se a proposta for aceita, significa que não ficará acumulada nenhuma perda no governo Lula”, argumentou.
Os 10% seriam aplicados integralmente na tabela. Assim, a parcela a deduzir e os descontos com dependentes também seriam corrigidos pelo mesmo índice.
Mínimo
A maratona prosseguiu ontem em Brasília. O assunto foi o reajuste do salário mínimo, tratado com o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini.
Prefeitos jogam contra
Feijóo lembrou ainda que a luta pela correção da tabela e reajuste do mínimo não terminou. Ontem, disse ele, a Frente de Prefeitos estava em Brasília e distribuiu um documento contra o reajuste do mínimo. Segundo os prefeitos, o reajuste pode quebrar as prefeituras.
Eles também se posicionaram contra a correção da tabela do IR. Alegam que isso representa perdas para as prefeituras.
De tudo que o governo federal arrecada com IR, 47% vai para os governos estaduais e municipais. Daí a pressão contra a reivindicação dos trabalhadores.
“Temos de reforçar a Marcha sobre Brasília para chegar na capital federal na próxima quarta-feira com representatividade suficiente para neutralizar a pressão dos prefeitos”, reforçou Feijóo.
Os sindicalistas esperam ter uma audiência com o presidente Lula dia 15 para saber a resposta sobre os dois assuntos.