100 anos do massacre da “Wall Street Negra”
Há 100 anos, no dia 31 de maio de 1921, na cidade de Tulsa, no Estado de Oklahoma, nos Estados Unidos, um numeroso grupo de supremacistas brancos invadiu e destruiu o distrito de Greenwood, que na época era uma das comunidades negras mais prósperas do país, apelidada de “Wall Street Negra”.

A cidade de 100 mil habitantes vivia o clima intenso de conflitos raciais nos anos 20 do século passado. A população negra se concentrava em Greenwood, que a partir de 1905 começou a atrair comerciantes e empreendedores negros, dando início a um período de grande prosperidade embalada pela economia do petróleo na região.
Esse foi um dos episódios mais violentos na longa trajetória dos conflitos raciais nos Estados Unidos. O crime contra a população negra deixou um saldo de cerca de 300 mortos e 10 mil desabrigados, num ritmo frenético de agressão que durou 18 horas. As imagens da destruição são impressionantes. Além de casas, foram destruídos estabelecimentos comerciais, teatros, igrejas, bibliotecas, escolas e um cinema. Uma vasta área ficou reduzida a escombros tornando patente o sentimento de ódio contra a população negra e do seu padrão de vida.
Os acontecimentos de Tulsa vieram à tona graças a série de TV “Watchmen”, de 2019, que reproduziu cenas do massacre de 1921 num contexto de manifestações antirraciais nos Estados Unidos, especialmente após o assassinato de George Floyd que desencadeou o movimento “Vidas negras importam!” A repercussão do caso levou a reabertura das investigações sobre o ocorrido, demonstrando que nunca é tarde para combatermos a violência contra os oprimidos em qualquer tempo em que ela ocorra.
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