100 dias de governo

Em 100 dias de governo Bolsonaro, o presidente tem a pior avaliação para eleitos em primeiro mandato desde 1990. São três meses de polêmicas, declarações absurdas, recuos, casos de laranjas do PSL, fake news e atuação apenas pelas redes sociais.

Com o aumento do desemprego, ataques a direitos históricos e estagnação econômica, a pesquisa CUT/Vox Populi mostra que o percentual de brasileiros insatisfeitos e sem esperança subiu de 46%, em setembro, para 70%.

Entre as propostas do governo mais reprovadas pela população estão a diminuição dos direitos trabalhistas, com 73%, o fim do aumento real do salário mínimo, reprovado por 68% dos brasileiros; e a reforma da Previdência, com 65% contra.

“É impossível estar satisfeito com essa conjuntura, com a paralisia da economia. Aliado as propostas do governo Bolsonaro – todas tiram direitos sociais e trabalhistas da classe trabalhadora e beneficiam os empresários – está criado o quadro de insatisfação”, avaliou o presidente da CUT, Vagner Freitas.

“As pessoas estão perdendo as esperanças de uma recolocação, de um emprego decente, de uma vida melhor. Isso é o resultado dos 100 dias de desgoverno Bolsonaro”, afirmou.

Além da destruição de direitos, da falta de políticas de crescimento e geração de empregos e ameaças à Previdência Social, o governo atua com postura de subordinação aos Estados Unidos. O presidente chegou a bater continência a um funcionário do governo norte-americano. Também quer entregar as riquezas brasileiras a grupos internacionais, entre elas a Amazônia e o petróleo.

Outra área essencial, a educação contou com absurdos atrás de absurdos. Recentemente demitido do Ministério da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez defendia recontar a história nos livros, negar a ditadura militar e as atrocidades do período. Antes disso, um dos filhos do presidente que formam o polêmico Clã Bolsonaro, desmentiu o ministro Gustavo Bebianno da Secretaria Geral da Presidência que caiu logo em seguida.

 

Alguns recuos

     Bolsonaro anuncia sair do acordo de Paris

• Ministro do Meio Ambiente anuncia permanência no acordo.

Bolsonaro anuncia aumento do IOF.

• Lorenzoni anuncia que presidente se precipitou e recua na decisão.

Bolsonaro anuncia instalação de base militar dos EUA no Brasil.

• General Heleno desmente Bolsonaro.

  MEC lança edital com mudanças para a compra de livros didáticos, deixando de exigir a fonte das informações publicadas.

• MEC volta atrás e suspende o edital.

 Incra suspende todos os processos de atribuição de terras em andamento no projeto de reforma agrária.

• Incra revoga decisão anterior.

Polêmicas com ministros

• Ministro do meio ambiente assume o cargo mesmo condenado por crime ambiental.

• Ministra Damares mente sobre ter formação acadêmica, é acusada de sequestro de criança indígena, defende nova era, em que meninos usam azul e meninas usam rosa, afirma que holandeses recomendam a prática de masturbação em bebês e propõe projeto que autoriza a educação domiciliar.

 • Ministro da educação afirma que universidade deve ser apenas para uma elite intelectual.

Alguns absurdos

• Aprovação de valor menor do salário mínimo que o aprovado na Câmara.

• Governo concede perdão de 17 bilhões em dívidas do agronegócio.

•  Fim das demarcações em terras indígenas pela Funai.

•  Extinção do Ministério do Trabalho.

•  Extinção da secretaria de inclusão.

•  Retirada da expressão LGBT do texto relativo a direitos humanos.

Laranjada

• Flavio Bolsonaro deposita 48 envelopes de 2000 reais, não explica  origem do dinheiro e entra no STF pra pedir foro privilegiado.

• Queiroz não dá depoimentos na justiça mas dá entrevista pra Record e faz dancinha na enfermaria do hospital Albert Einstein, onde estava internado.