125,6 milhões de brasileiros não comeram em quantidade e qualidade ideais na pandemia

Pesquisa sobre efeitos da pandemia na alimentação no Brasil aponta cenário ainda mais crítico. Metalúrgicos arrecadam alimentos no sábado.

Com a situação da fome se agravando no Brasil, tem aumentado as ações de solidariedade por todo país. Interessados em colaborar podem levar sua doação no drive thru do Sindicato no próximo sábado, 17, e ajudar a matar a fome de um dos 125,6 milhões de brasileiros que não comeram em quantidade e qualidade ideais desde a chegada do coronavírus.

Esse número é apontado pela pesquisa “Efeitos da pandemia na alimentação e na situação da segurança alimentar no Brasil”, coordenada pelo Grupo de Pesquisa Alimento para Justiça: Poder, Política e Desigualdades Alimentares na Bioeconomia, com sede na Universidade Livre de Berlim, em parceria com pesquisadores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e da UnB (Universidade de Brasília).

Os resultados demonstram que pessoas em 59% dos domicílios entrevistados passaram por situação de insegurança alimentar durante a pandemia. O número é ainda pior do que o mostrado pela pesquisa da Rede Penssan (Rede Brasileira em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional) divulgada na semana passada, segundo a qual 116,8 milhões de pessoas conviveram com algum grau de insegurança alimentar nos últimos três meses de 2020.

Menos carne, mais ovo

O levantamento mais recente aponta que parte significativa dessas pessoas diminuiu o consumo de alimentos importantes para a dieta regular. A redução de consumo de alimentos saudáveis foi de mais de 85% entre as pessoas em insegurança alimentar.

Entre elas 44% reduziram o consumo de carnes, 40,8% de frutas, 40,4% de queijos e 36,8% de legumes e hortaliças.

O ovo foi o alimento com maior aumento de consumo, 18,8% na pandemia, o que mostra a possível substituição do consumo de carne, que teve a maior redução.

A insegurança alimentar, aponta, é maior nos domicílios em áreas rurais, 75,2%, do que em áreas urbanas, 55,7%. Além de ser mais frequente em casas com um único responsável, 66,3%, sendo ainda mais acentuada nos casos em que a responsável é uma mulher, 73,8%, ou pessoa de cor parda, 67,8%, e preta, 66,8%.

Participe da Campanha

A arrecadação de alimentos, produtos de higiene e limpeza está sendo realizada nas fábricas da base. No próximo sábado, 17, haverá um drive thru solidário no estacionamento da Sede, das 9h às 17h.

“A falta de políticas públicas, de desenvolvimento industrial, de acreditar na ciência e em novas tecnologias fez com que o Brasil entrasse em colapso. São milhares de pessoas desempregadas passando fome”, afirmou o coordenador da representação na Volks, José Roberto Nogueira da Silva, o Bigodinho.

Foto: Adonis Guerra/SMABC

“Estamos fazendo uma grande campanha de solidariedade e contamos com a colaboração de cada um de vocês para atravessarmos este momento. É hora de arrecadar alimentos, produtos de higiene pessoal e dar ao nosso povo que está à margem da sociedade”, chamou.

“Precisamos ser solidários em uma única direção, todos na luta contra a fome.”

Volks

Na Volks, os pontos de arrecadação da campanha estão espalhados pela fábrica. Até o dia 30, a doação também poderá ser feita em dinheiro (Banco Itaú, Agência 6311, Conta Corrente 41751-0) ou pelo PIX criado exclusivamente para a campanha (PIX é o e-mail vwfome2021@gmail.com, em nome de André Loureiro Benevides, CPF 259.937.368-95).