13,8 milhões de brasileiros sobem de faixa social

A desigualdade social caiu 7% nos últimos seis anos no Brasil e passou de 0,593 para 0,552 (quanto mais próximo de zero, menor
a desigualdade).

Os números são do Instituto de Pesquisas Econômicas
Aplicadas (IPEA), com base na Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios
(Pnad), do IBGE. O dado segue o coeficiente Gini, indicador adotado internacionalmente.

Essa queda no grau da diferença social é a mais duradoura já ocorrida nas últimas três décadas.

Dos 74 países para os quais há informações sobre a evolução do coeficiente de Gini ao longo da década de 1990, menos de 25% deles foi capaz de reduzir a desigualdade
a uma velocidade superior à alcançada pelo Brasil no período. “Hoje, estamos no menor nível histórico de desigualdade”,
diz o pesquisador Ricardo Paes de Barros, um dos autores do estudo.

Renda melhor reduz pobreza

A redução no grau de desigualdade se deve à elevação
da renda dos mais pobres,
o que levou também o Brasil a reduzir a pobreza e a extrema pobreza.

“Atualmente, a renda do pobre cresce sete vezes mais rápido ao ano que a do rico”, afirma Paes de Barros. No período de 2003 a 2007, a renda familiar per capita cresceu, em média, 5,4% ao ano. Para os mais pobres, a renda avançou 9% ao ano e, para o mais ricos, foram 4% de crescimento.

Comparação –
De acordo com o Ipea, entre 1990 e 2005 a pobreza
na América Latina caiu 8,5%.

Já no Brasil a pobreza caiu 10,2% entre 2002 e 2007.

“Ou seja, em termos de redução na pobreza o Brasil fez em cinco anos mais do que o restante da América Latina levou 15 anos para fazer”, diz o documento.

13,8 milhões de pessoas saltam de faixa social

Quase 14 milhões de brasileiros subiram de classe social nos últimos sete anos, segundo mesmo
levantamento.

Com a divisão da população brasileira em três faixas de rendimentos, mais de 10 milhões de pessoas deixaram o patamar mais baixo, de um terço mais pobre (que recebe até R$ 545,66 de renda familiar) e passaram a integrar o nível intermediário
(que recebe até R$ 1.350,82 de renda familiar).

Para melhorar, 3,6 milhões de pessoas saltaram
dessa faixa intermediária
para o terço superior
de renda, que recebe acima de R$ 1.350,82.