13º salário deve injetar R$ 84,8 bilhões na economia, aponta Dieese

Este montante, que representa aproximadamente 2,8% do PIB do País, vai beneficiar cerca de 70 milhões de brasileiros. O número é maior que em 2008, quase 2 milhões de pessoas requereram aposentadoria ou pensão,se incorporado ao mercado de trabalho ou ainda formalizado o vínculo empregatício

Até dezembro de 2009 devem ser injetados na economia brasileira cerca de R$ 85 bilhões em decorrência do pagamento do 13º salário. Este montante representa aproximadamente 2,8% do produto interno bruto (PIB) do País e engloba os trabalhadores do mercado formal, inclusive os empregados domésticos e beneficiários da Previdência Social, aposentados e beneficiários de pensão da União e dos Estados. Cerca de 70 milhões de brasileiros serão beneficiados, segundo estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Pelos cálculos da instituição, os R$ 85 bilhões devem ser pagos a 69.925 mil pessoas. O número de pessoas que receberá o 13º salário em 2009 é cerca de 2,4% superior ao observado em 2008. Estima-se que 1,7 milhão de pessoas passaram a receber o benefício, por terem requerido aposentadoria ou pensão ou se incorporado ao mercado de trabalho ou ainda formalizado o vínculo empregatício.

Segundo o Dieese, o movimento de demissões concentrados entre novembro de 2008 e fevereiro de 2009 e a retomada das contratações em ritmo mais vagaroso, foi, sem dúvida um elemento importante para que o conjunto de beneficiários do abono neste fim de ano não tivesse um crescimento maior.

Para efeito de comparação com 2008, quando o Dieese estimou que cerca de R$ 78 bilhões entrariam na economia em consequência do pagamento do 13º, o valor apurado neste ano indica um crescimento da ordem de 8,7%, variação esta determinada pelo maior número de beneficiários e pelo aumento das remunerações médias.

Aposentados

Dos cerca de 70 milhões de brasileiros que devem ser beneficiados pelo pagamento do 13º salário, aproximadamente 26,8 milhões, ou 38,3% do total, são aposentados ou pensionistas da Previdência Social. Os empregados formais (42,1 milhões de pessoas) correspondem a 60,3% do total.

Destes, os empregados domésticos com carteira de trabalho assinada totalizam quase 1,8 milhão, equivalendo a 2,5% desse conjunto de beneficiários do abono natalino. Outros 1 milhão de pessoas (ou 1,4% do total) são aposentados e beneficiários de pensão da União (Regime Próprio). Há ainda um conjunto de pessoas constituído por aposentados e pensionistas dos Estados (regime próprio) que vai receber o 13º e que não puderam ser quantificados.

Do montante a ser pago a título de 13º, cerca de 20% dos R$ 85 bilhões – aproximadamente R$ 17 bilhões serão pagos aos beneficiários do INSS. Outros R$ 58,6 bilhões, ou 69% do total, irão para os empregados formalizados; incluindo os empregados domésticos. Aos aposentados e pensionistas da União, caberá o equivalente a R$ 4,8 bilhões (5,7%) e aos aposentados e pensionistas dos Estados, R$ 4,3 bilhões (5,1%).

Regiões

Refletindo a maior capacidade econômica da região, a parcela mais expressiva – 51,8% – deve ficar nos Estados do Sudeste, região que concentra também a maior parte dos trabalhadores, aposentados e pensionistas; outros 15,4% do montante a ser pago devem ficar na região Sul, enquanto ao Nordeste serão destinados 14,8%. Para as 4 regiões Centro-Oeste e Norte, irão, respectivamente, 8,4% e 4,3%.

O valor médio nacional a ser pago a título de 13º foi estimado em R$ 1.150, cerca de 4% acima do calculado em 2008. Entre os beneficiários da Previdência Social e os aposentados e pensionistas do Regime Único da União, o valor médio nacional a ser pago é de R$ 944. Os empregados do mercado formal receberão, em média, R$ 1.390.

Cada trabalhador doméstico com carteira assinada terá direito a um valor médio de R$ 565. O maior valor médio para o 13º (considerando todas as categorias de beneficiados) deve ser pago em Brasília – R$ 2.398 – e o menor, no Piauí – R$ 714.

Estimativa

A estimativa feita pelo Dieese leva em conta dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ambos do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Também foram consideradas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente a 2008, e informações do Ministério da Previdência e Assistência Social e da Secretaria Nacionaldo Tesouro (STN).

Com relação aos valores, para a estimativa do montante a ser pago aos beneficiários do INSS, foi usado o total referente a setembro deste ano. Para os assalariados, o rendimento foi atualizado pela variação estimada do INPC médio de 2009 (até setembro) ante a igual período de 2008.

Os dados apresentados constituem uma projeção do volume total que entra na economia ao longo do ano, e não necessariamente
nos dois últimos meses. Entretanto, estima-se que a maior parte, cerca de 70% do total dos valores referentes ao 13º, seja paga no final do ano.

Do Último Segundo