13º salário dos Metalúrgicos do ABC vai injetar R$ 430,8 milhões na economia da região
Em toda a região, cerca de 1,3 milhão de trabalhadores, aposentados e pensionistas devem receber R$ 3,9 bilhões
Os pagamentos do 13º salário dos trabalhadores da base dos Metalúrgicos do ABC vão injetar R$ R$ 430,8 milhões em recursos na economia da região do Grande ABC, neste ano. Os números foram estimados pela Subseção do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) no Sindicato.
A base é composta por 71,4 mil trabalhadores, com vínculo nas indústrias de São Bernardo do Campo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, e rendimento médio mensal de R$ 6.031. Embora a categoria represente 5,5% do total de trabalhadores que deverão receber algum abono de final de ano na região, os recursos recebidos pelos metalúrgicos representam 11,1% do montante previsto para 2022.
Direito sagrado para a classe trabalhadora
O presidente do Sindicato, Moisés Selerges, destacou a importância dos recursos relativos ao 13º salário e que a categoria continua exercendo forte influência na economia regional.
“São valores que serão incorporados à economia da região e com este dinheiro os trabalhadores consomem, pagam suas dívidas e têm acesso ao crédito, que tanto falta no país.
O 13° é um direito importantíssimo conquistado pelos trabalhadores que o governo atual e a reforma Trabalhista tentaram retirar. Esse dinheiro é fundamental não só para os metalúrgicos do ABC, mas para nossa região como um todo”, afirmou.
“É um montante essencial para o comércio, serviço e indústria. Isso faz com que a economia se movimente, que é o que o Sindicato sempre defendeu: coloque dinheiro no bolso do trabalhador que ele fará a economia girar, com geração de mais empregos e consumo. O 13º é sagrado para a classe trabalhadora, ninguém acaba com ele”, reforçou.
Recursos totais no ABC
A subseção do Dieese também estimou o valor total em recursos do 13º salário que serão destinados à região pelos diversos setores da economia. Em 2022, devem representar R$ 3,9 bilhões na economia regional, divididos em R$ 2,7 bilhões provenientes dos trabalhadores com carteira assinada e R$ 1,2 bilhão dos aposentados e pensionistas da Previdência Social.
Cerca de 1,3 milhão de trabalhadores serão beneficiados com o pagamento do 13º salário, composto por 792 mil trabalhadores com carteira assinada e 510 mil beneficiários da Previdência Social. Seus rendimentos foram estimados a partir da variação média do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) entre janeiro e setembro de 2022 sobre igual período de 2021.
O Grande ABC contribuiu com cerca de 1,6% de todo 13º salário pago no país, estimado em R$ 249,8 bilhões, de acordo com o Escritório Nacional do Dieese.
A estimativa reúne dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), do Novo Caged (Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e da Previdência Social. A análise não considera os trabalhadores sem registro em carteira, autônomos ou quem possui outras formas de inserção no mercado de trabalho.