14 sindicatos de metalúrgicos vão parar São Carlos
Metalúrgicos de 14 entidades do Estado estarão na manifestação em defesa do emprego e da produção nacional, nesta quinta-feira, dia 9
Charge: Márcio Baraldi
Trabalhadores filiados a 14 sindicatos de metalúrgicos do Estado de São Paulo estarão nesta quinta-feira (9/2) em São Carlos para defender o emprego e a produção nacional.
O pessoal prestará solidariedade aos companheiros da cidade, importante polo de fornecedores de peças para a linha branca (fogões, geladeiras, máquinas de lavar etc.), que vão parar a produção por algumas horas.
Eles reivindicam que a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) feita pelo governo federal à indústria do País seja acompanha de contrapartidas como índice mínimo de conteúdo nacional.
Segundo os companheiros, a falta dessa proteção permite que as montadoras de linha branca da cidade – multinacionais como Electrolux, Tecumseh e Whirlpool (que produz as marcas Brastemp e Cônsul) – aproveitem para importar componentes de suas matrizes em vez de comprar dos fabricantes da região.
Essa política está levando ao estrangulamento da produção local, o que pode causar já em curto prazo o fechamento de empresas e, a seguir, desemprego. A linha branca é responsável por cerca de 120 mil empregos.
“Não adianta as vendas dispararem, esvaziar estoques e não criar empregos no País e, pelo contrário, demitir”, denuncia o presidente do Sindicato, Sérgio Nobre.
A redução das encomendas é percebida por grandes e pequenos fornecedores. “A gente entregava para a Electrolux cerca de 100 mil eixos [componente da parte mecânica de eletrodomésticos] todos os meses. Agora os pedidos estão em 45 mil”, conta o dono de uma empresa que preferiu não se identificar.
Dados do Ministério da Indústria e Comércio comprovam que a preocupação tem motivo real. A importação de peças e de compressores da linha branca cresceu 658,6% nos últimos dez anos, enquanto a sua produção aumentou apenas 63,1%.
Pesquisas mostram dados ruins para indústria em 2011
Metade das 14 regiões industriais brasileiras pesquisadas pelo IBGE, órgão ligado ao governo federal, apresentou crescimento negativo ou próximo de zero em 2011, apontou levantamento divulgado ontem pelo instituto.
A estagnação atingiu praticamente toda a região Sudeste, onde Estados importantes registraram crescimento inexpressivo, como São Paulo, com 0,2%; Minas Gerais, 0,3%; e Rio de Janeiro, 0,3%. A Bahia também decepcionou, com queda de 4,4%
Outros dados preocupantes ocorreram no Nordeste, onde a indústria caiu 4,7% (apenas no Ceará a diminuição foi de 11,7%), apesar de todo o investimento governamental no desenvolvimento da região.
Indicadores divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), ligada aos patrões, confirmaram os números ruins para a indústria no ano passado.
Segundo a entidade, as horas trabalhadas aumentaram apenas 0,9%, a utilização da capacidade industrial diminuiu 0,1% e o emprego cresceu apenas 2,2%.
Da Redação