18ª Marcha da Consciência Negra de São Paulo cobra direitos sociais, fim do racismo e deste governo

Mais de 80 cidades do Brasil e do exterior já marcaram atos no 20 de novembro. Este ano, movimento une a luta antirracista à luta pelo impeachment

A Marcha da Consciência Negra de São Paulo, que chega este ano à maioridade, tem como principal pauta o fim deste governo racista. A concentração começa às 12h, em frente ao Masp, na Avenida Paulista, com programação cultural às 15h e ato religioso dos povos de terreiros. A saída está marcada para às 16h, até as escadarias do Teatro Municipal, onde foi fundado o Movimento Negro Unificado, em 1978, sob o regime da ditadura militar.

Os Metalúrgicos do ABC estarão presentes e chamam toda a população que está indignada como esse governo a participar.

“Vivemos um período sombrio, praticamente todos os dias vemos a notícia de um negro assassinado ou agredido. Milhares de famílias em nosso país estão passando fome, em sua maioria são negras. Por sua vez, o governo não tem políticas públicas para mudar essa realidade, pelo contrário, incentiva o racismo. Por tudo isso que nos deixa indignados e revoltados, vamos nos unir e juntos participar da 18° Marcha da Consciência Negra na Paulista”, chamou o coordenador da Comissão de Igualdade Racial e Combate ao Racismo do Sindicato, Carlos Alberto Queiroz Rita, o Somália. 

“O Sindicato sempre foi protagonista na defesa do povo negro e dessa vez não será diferente. Estaremos presentes mostrando todo nosso sentimento de urgente mudança”, completou. 

Atos por todo o Brasil

Além de São Paulo, mais de 80 cidades do Brasil e do exterior também marcaram atos no feriado de 20 de novembro. As mobilizações estão sendo organizadas pelos movimentos negros, populares e sindicais.

Cinquentenário da Consciência Negra 

O ano de 2021 também marca o cinquentenário da Consciência Negra no Brasil, que se tornou um dia nacional, celebrado no dia 20 de novembro, em homenagem a Zumbi dos Palmares, liderança quilombola assassinada nesta data, em 1695.

Documento divulgado pela organização da Marcha aponta a política negacionista de Bolsonaro responsável pelas mais de 611 mil vítimas da Covid19, que foi ainda mais fatal entre negros e pobres. Além de criticar o discurso fundamentalista do governo. 

“A vida da população negra brasileira ficou mais ameaçada no governo Bolsonaro. O discurso militarizado do governo Bolsonaro atinge diretamente a população negra, maior vítima da violência policial e da ação dos grupos de extermínio, bases das milícias. O discurso fundamentalista pretensamente religioso dos bolsonaristas reforça o racismo religioso que se expressa pelos ataques às tradições africanas”, diz o documento. 

“Acabar com o governo Bolsonaro é fundamental para frear o processo de genocídio intensificado neste momento. E, ao lado disso, exigir programas de combate à miséria e racismo”, afirma o manifesto.

Entre as pautas da Marcha estão

• Defesa da Renda Mínima, dos direitos trabalhistas, da aposentadoria e pelo fim da discriminação racial no trabalho; 

• Defesa da erradicação da pobreza, da fome e da miséria; 

• Por uma educação voltada para os interesses do povo negro, quilombola e de todos os oprimidos – gratuita, laica, pública e de qualidade; 

• Defesa das cotas raciais e sociais nas universidades e empresas públicas;

• Pelo direito à saúde integral e gratuita. Em defesa do SUS e seus avanços! Pela retomada e ampliação do programa nacional de saúde da população negra e quilombola;

• Pela Reforma Agrária. Pelo reconhecimento e titulação dos Territórios Quilombolas. Pela demarcação dos Territórios dos povos Indígenas;

• Pelo fim da violência contra pessoas LGBTQIA+;

• Pelo fim da violência policial;

• Pelo fim da violência machista e misógina.