1º de maio – Debate: Homenagem a Che Guevara emociona toda a militância

A leitura da Carta a um
Amigo, emocionante homenagem
a Ernesto Che Guevara, um
dos mais importantes revolucionários
da esquerda latino-americana,
encerrou o debate sobre A
Militância Ontem e Hoje
, realizado
sexta-feira à noite no Centro
de Formação Celso Daniel,
como parte das comemorações
de 1 de Maio-Dia do Trabalhador
realizadas pelo Sindicato

“Não há fronteiras nesta
luta de morte, nem vamos permanecer
indiferentes perante o
que aconteça em qualquer parte
do mundo. A vitória nossa ou a
derrota de qualquer nação do
mundo, é a derrota de todos.
Acima de tudo procurem sentir
no mais profundo de vocês qualquer
injustiça cometida contra
qualquer pessoa em qualquer parte
do mundo. É a mais bela qualidade
de um revolucionário”, diz
a Carta elaborada pelo Departamento
de Formação com base em
palavras do próprio Che e lida
pela formadora Sueli Vitorino.

“Por representar a combatividade
e as lutas de solidariedade
entre os povos, Che Guevara
foi lembrado esta noite”, destacou
o diretor de Organização do
Sindicato, Sérgio Nobre no final
do encontro. “Refletir sobre o
passado é pensar no futuro. Por
isso convidamos trabalhadores de diferentes épocas para pensar
como será o militante do século
21”, salientou.

Mesa – Participaram do debate o
ex-sindicalista Raphael Martinelli,
para falar das lutas nos anos
1960, o deputado federal José
Genoíno, do PT, que relatou as
experiências dos anos 1970, e
Manoel dos Santos, presidente
da Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Agricultura
(Contag), que fez um relato até
os dias atuais.

Uma oposição sem vícios

Partindo de experiências diferentes,
os três chegaram às mesmas
conclusões. O movimento
dos trabalhadores do campo e da
cidade no Brasil evoluiu do início
do século até 1964, quando
a organização foi cortada pelo
golpe militar.

As lideranças populares não
estavam preparadas para a repressão
que acompanhou o movimento
e ficaram separadas de
suas bases de apoio. Isolados das
massas, esses líderes partiram
para a luta armada na esperança
de livrar o País do regime militar.

Só que, ao contrário do que
pensavam, não estavam preparados
para enfrentar a ditadura e
foram rapidamente eliminados.
Restou a eles o exílio, a prisão ou a
morte. Todo o contato com as organizações populares foi cortado e
o Brasil permaneceu nas trevas.

Martinelli, Genoíno e Santos
também foram unânimes ao
afirmar que este isolamento começou
a acabar com as greves dos
metalúrgicos de São Bernardo,
que logo depois se espalharam
pelo ABC e por todo o País. Nascia
uma nova oposição de massas
sem o vício das antigas organizações.

Pela primeira vez na história
do Brasil os trabalhadores se
organizavam espontaneamente
em torno de uma liderança vinda
de sua própria classe e comandavam
as lutas no País. Em seguida,
esses mesmos trabalhadores
fundaram a CUT, o PT e elegeram
Lula presidente da República.
É dentro deste quadro que
deve ser vista a militância hoje.

Apoiar avanços e
combater retrocessos

Mais uma vez os três chegaram
às mesmas conclusões.
O presidente Lula, e a coalização
que ele formou, está no
governo, mas não estão no poder.

Por isso cabe aos movimentos
populares se organizarem
cada vez mais e apoiarem as
medidas progressistas que vierem
de Brasília, enquanto combatem
as manifestações de atraso.

Entre as iniciativas positivas,
lembram das marchas que
resultaram em aumentos reais
ao salário mínimo, o apoio aos programas de complementação
de renda (como Bolsa Família,
Luz para Todos, Prouni
etc), as verbas entregues ao
Pronaf (Programa Nacional de
Agricultura Familiar) e outros.

Entre as propostas negativas
citaram a aprovação, pelo
Congresso Nacional, da emenda
3, que acaba com os direitos
trabalhistas.

Por isso, concluíram que
organizar os movimentos populares
em defes