1º de Maio do Trabalhador

O ato de 1º de Maio que a CUT e outras entidades sindicais e políticas realizam amanhã, Sábado, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo terá profunda influência sobre o nosso futuro. Vamos mostrar a quem governa este Brasil que, ou muda-se a atual política econômica ou não dá mais para continuar. O leitor sabe que não dá para continuar convivendo com mais desemprego, mais miséria e mais violência social. Não dá para continuar assistindo, impassivelmente, o funcionamento a todo vapor deste verdadeiro cassino financeiro, construído em torno de taxas de juros estratosféricas, corrupção e favorecimento de amigos do poder.

FHC e sua equipe econômica estão brincando com fogo. Nós – inclusive aqui na nossa região – já conseguimos bater todos os récordes de desemprego e exclusão social. No Brasil, somos já 14 milhões de desempregados, 44 milhões de miseráveis espalhados por este país de 75 milhões de trabalhadores ativos. O desmonte do parque industrial brasileiro nunca foi tão acelerado, e nunca tão generalizado. Não se limita às empresas nacionais, descapitalizadas diante de juros extorsivos. Alcança até mesmo gigantes multinacionais do porte da Ford, uma das três irmãs que dominam o mercado automobilístico internacional e que nos últimos anos fechou pelo menos duas de suas fábricas no Brasil, a de tratores e motores, operando hoje com cerca de 50% de sua capacidade instalada. Do setor estatal, pouco restou da política de terra arrasada praticada pelo processo de privatizações do governo FHC.

Chega de corrupção, de tráfico de informações privilegiadas, de demagogia barata. É hora de defender o emprego e os salários. Até porque é apenas com distribuição de renda que se conseguirá recuperar o consumo e a produção. E é apenas com mais produção que se consegue mais empregos, mais arrecadação fiscal e, por sua vez, mais bem estar social.

Mas, FHC preferiu a jogatina, a submissão ao FMI e optou pelo caminho da recessão e do desemprego. Quanto mais desemprego, menos salários, menos consumo, mais recessão. Que mérito tem vencer a doença da inflação matando o doente de fome?

É um círculo vicioso que precisa ser rompido. E, se existe alguma força social que pode e vai promover este rompimento, ela é representada pelos trabalhadores. Aqui no ABC, nós conhecemos esta história. Em 1980, durante a mais longa greve metalúrgica do período, com os principais dirigentes sindicais presos, foi na comemoração do 1º de Maio, com 150 mil pessoas nas ruas de São Bernardo, que testemunhamos o início de um novo ciclo na história de nosso país. Como em 1º de Maio de 1886, quando a jornada de trabalho foi reduzida para 8 horas diárias, os trabalhadores dos Estados Unidos mostraram que nossa organização pode produzir conquistas históricas para a humanidade.

No meu modo de entender, aqui no Brasil vivemos hoje dias decisivos para nossa história e para o futuro de nossos filhos. Ou conseguimos dizer um basta à política econômica em vigor ou veremos em breve, com a maior desfaçatez possível, o governo presenteando os agiotas internacionais com a Petrobrás, o Banco do Brasil, a Caixa Federal e até mesmo com a Amazônia.

Durante esta semana, aqui no ABC, ao lado de Lula, estivemos nas portas de algumas fábricas. Discutindo a necessidade de nos mobilizarmos para exigir a renovação do Acordo Emergencial mostramos aos trabalhadores que a manutenção de cada posto de trabalho e a esperança de mudar este Brasil está nas nossas mãos e depende unicamente de nós mesmos. Com a frieza possível num momento de angústia como o que vivemos, Lula nos propôs um desafio: a partir da mobilização dos trabalhadores do ABC, organizar uma grande caravana neste 1º de Maio, em direção ao Anhangabaú, para mostrar a FHC e seu governo que o Brasil precisa mudar.

Por isso, você também está convidado a comparecer conosco, amanhã, ao Anhangabaú. As informações para que você possa participar conosco desta caravana podem s