1º de Maio é dia de luta!

Dia de manter as conquistas e renovar a luta por avanços


Ato de 1º de Maio em 1979. Uma multidão lota o estádio de Vila Euclides num ato convocado por mais de 60 entidades. Foto: Imagens da Luta

O 1º de Maio é um dos marcos da história de luta da classe operária por conquistas de direitos sociais e trabalhistas.

É o dia de reafirmarmos as nossas reivindicações e de defender aquilo que conquistamos. O 1º de Maio é dia da classe trabalhadora mostrar sua disposição de luta contra a exploração e a opressão.

E de lembramos do nosso compromisso de deixarmos para as futuras gerações as nossas contribuições para dias melhores. 

Conquistas só aparecem com luta
Depois de um período de grandes greves no início do século passado, o governo e os patrões atendem reivindicações como a lei de acidentes de trabalho, em 1919; a estabilidade no emprego, pensão e aposentadoria dos ferroviários, em 1923, e dos portuários, em 1926; férias para os comerciários, em 1925.

Durante governo Getúlio Vargas, de 1930 a 1945, os trabalhadores conquistam o salário mínimo, a redução da jornada para oito horas, a regulamentação do trabalho da mulher e do menor e a promulgação da Consolidação das Leis do Trabalho, que garantiu direito de férias e aposentadoria.

São vários os avanços trabalhistas na Constituição de 1988, entre eles a jornada de trabalho para 44 horas semanais, férias remuneradas com um terço a mais do salário, multa de 40% do FGTS por rompimento do contrato de trabalho, licença maternidade de 120 dias, licença paternidade de 5 dias, 13º para os aposentados e o seguro desemprego. 

Atos do 1º de Maio que marcaram época
1886 – Milhares de trabalhadores iniciam greve por melhores condições de trabalho em Chicago, a principal cidade industrial dos Estados Unidos, que termina com muita luta, repressão e mortes.  A greve será a origem do 1º de Maio.

1889 – Congresso Socialista realizado em Paris decide comemorar o 1º de Maio como Dia Internacional do Trabalhador.

1895 – Primeira comemoração do Dia do Trabalhador no Brasil, em Santos, uma iniciativa do Centro Socialista.

1907 – Primeira grande manifestação, na Praça da Sé, violentamente reprimida pela polícia, reivindica jornada diária de 8 horas.

1925 – Numa tentativa de esvaziar o caráter de luta do 1º de Maio, o presidente Artur Bernardes baixa decreto instituindo feriado nacional.

1937 – Getúlio Vargas dá golpe e manda prender cerca de 20 mil comunistas, anarquistas e socialistas, atrelando os sindicatos ao seu governo e tornando o 1º de Maio uma comemoração chapa branca.

1968 – Em plena ditadura militar e depois de quatro anos de recessão e arrocho, trabalhadores apedrejam o governador Abreu Sodré em ato oficial do 1º de Maio na Praça da Sé e incendeiam o palanque.

1977 – Em Osasco, trabalhadores armam o primeiro palanque do 1º de Maio depois de 1968.

1979 – 120 mil trabalhadores se reúnem no Estádio da Vila Euclides, em São Bernardo, ato considerado um marco na luta pela redemocratização do País. 


Contra a opressa e a tirania

“Um dia de rebelião, não de descanso! Um dia no qual o trabalhador faça suas próprias leis e tenha o poder de executá-las. Tudo sem o consentimento nem a aprovação dos que oprimem e governam.

É um dia de protesto contra a opressão e a tirania, contra a ignorância e as guerras de todo tipo. Um dia para começar a desfrutar de oito horas de trabalho, oito horas de descanso e oito horas para o que nos der gana”.

Panfleto distribuído em Chicago em 1885


Da Redação