1º de Maio é marcado pela unidade da classe trabalhadora em defesa da retomada do desenvolvimento no país
Em todo o Brasil, milhares de trabalhadores e trabalhadoras saíram às ruas contra o governo Bolsonaro. Em São Paulo, Lula participou do ato unificado das centrais sindicais
A unidade da classe trabalhadora e das centrais sindicais marcou o retorno presencial dos atos de 1º de Maio. No último domingo, Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora, milhares de pessoas saíram às ruas em todo o país para protestar contra o governo Bolsonaro, por emprego, direitos, democracia e vida.
Em São Paulo, na Praça Charles Miller, Pacaembu, sindicalistas, políticos e artistas defenderam a unidade sindical, pediram “Fora, Bolsonaro” e apoiaram a pré-candidatura do ex-presidente Lula à presidência da República para recolocar o Brasil no rumo do desenvolvimento.
Unidade e luta para mudar
O secretário-geral dos Metalúrgicos do ABC, Claudionor Vieira, lembrou aos presentes que será preciso muita unidade e luta para mudar a realidade do país.
“Na história da classe trabalhadora nunca se foi capaz de mudar algo, senão por meio da luta e com a organização do conjunto de trabalhadores e trabalhadoras. Neste primeiro de maio não temos nada a comemorar diante do que tem acontecido nesses dois últimos governos, a retirada de direitos, destruição dos sonhos da juventude e disseminação de ódio”.
“Precisamos de um presidente que tenha um projeto desenvolvimentista com foco no fortalecimento da indústria nacional. Não dá para ser feliz num país com essa realidade, com milhares de pessoas passando fome, com 12 milhões de desempregados, milhares de desalentados sem perspectiva de futuro. Precisamos ter unidade para fazer a luta que for necessária para mudar essa realidade e eleger um presidente comprometido com a classe trabalhadora. O ex-presidente Lula representa a esperança da classe trabalhadora brasileira””, reforçou.
Reconstruir o Brasil
O presidente da CUT, Sérgio Nobre, alertou que é preciso ressuscitar o Brasil nas eleições de outubro deste ano.
“Este governo matou o Brasil e o povo brasileiro tem a tarefa de eleger novamente o presidente Lula, com todo respeito aos demais candidatos, mas a única candidatura que tem condições de derrotar Bolsonaro é o Lula. E ele não vai estar sozinho nessa tarefa, nós estaremos ao seu lado para reconstruir o Brasil”, afirmou.
O amor vencerá o ódio
Em seu discurso no ato em São Paulo, Lula, que lidera as pesquisas eleitorais mesmo ainda sem ter oficializado sua candidatura, afirmou que o trabalhador terá seu poder de compra de volta, e os sindicatos, a cultura, a educação e a saúde serão valorizadas novamente.
“No tempo em que eu governava, o salário mínimo tinha aumento real. Além da inflação, a gente dava o valor do crescimento do PIB todo ano anterior. Isso fez o mínimo ter 77% de aumento real”, ressaltou.
O ex-presidente destacou que hoje 19 milhões de brasileiros passam fome e que 116 milhões passam algum grau de insegurança alimentar, e que para vencer a fome é preciso ter emprego.
Lula lembrou aos presidentes das centrais como em seu governo era fácil conversar, enquanto o atual, nunca se reuniu com dirigentes sindicais, com governadores, prefeitos e movimento sociais.
“Se tivermos um novo presidente, ao invés de ficarem xingando [Bolsonaro] vamos sentar numa mesa de negociação para reestabelecer as condições de trabalho e os direitos dos trabalhadores”.
“Não aceitamos o ódio que esse genocida quer impor ao país. Se preparem porque vamos acordar num belo dia de outubro agradecendo a liberdade que finalmente vai abrir as asas sobre o povo e voltaremos a ter um país civilizado e sem brigas na sociedade”, finalizou.
Tradicional Missa na Matriz
Dirigentes do Sindicato também participaram, na parte da manhã, da tradicional missa de 1º de Maio realizada na Igreja Matriz de São Bernardo. A coordenadora da Comissão das Metalúrgicas do ABC, Maria do Amparo, entrou, no momento do ofertório, com uma faixa destacando a urna eletrônica e a importância do voto.