1º de Maio é marcado por protestos na Europa

Foto: The Brazilian Post

Em Paris, Roma, Madri, Berlim e Atenas, o dia foi marcado pela insatisfação contra o desemprego, que atinge 26,5 milhões de europeus. Em Istambul, sindicalistas e manifestantes entraram em choques violentos com a polícia, que dispersou a mobilização com bombas de gás lacrimogêneo.

Na França, onde a festa de 1º de Maio leva às ruas centenas de milhares de trabalhadores todos os anos, os cortejos foram abertos às 10h30, quando líderes políticos e militantes do partido de extrema-direita Frente Nacional (FN) se concentraram na praça na Ópera Garnier, centro de Paris, gritando palavras de ordem contra o governo socialista de François Hollande e slogans xenofóbicos, como “Nós estamos em casa!”, em alusão aos imigrantes da França.

Ao mesmo tempo, em outros grandes centros do país, como Marselha, os maiores sindicatos ligados a partidos de esquerda desfilaram, reunindo trabalhadores desiludidos com o primeiro ano de Hollande à frente do Palácio do Eliseu. “Veja a situação em que estamos o desemprego não para de aumentar e a  dívida também”, explicou Jean-Michel Lambert, questionado sobre as razões pelas quais fez questão de desfilar ontem. “Do jeito que está, vamos nos juntar aos nossos amigos de Portugal e da Espanha.”

O dia também foi de protestos em outras capitais da Europa, com o desemprego sendo o foco das manifestações. Dados publicados na sexta-feira do Escritório Estatístico das Comunidades Européias (Eurostat) indicam que o desemprego nos 17 países da zona do euro chega a 12,1% dos ativos.

Na Espanha, onde 6,2 milhões de pessoas estão sem trabalho, cerca de 50 mil pessoas, segundo o jornai El País, ocuparam as ruas de Madri. A mobilização foi ainda mais forte na Catalunha e na região de Valência. Ao todo, 80 grandes passeatas foram realizadas no país sob o slogan “Eles não têm limites. Lute pelos seus direitos”.

Em Atenas, país que detém o recorde de desemprego entre os países, industrializados (27,2%), uma nova greve geral foi convocada pelos dois principais sindicatos de funcionários públicos e privados. Os serviços mais prejudicados foram os transportes. / Com Agências Internacionais

Apelo Papal

O papa Francisco usou a data para fazer um apelo aos governos pelo combate ao desemprego. “O trabalho é fundamental para a dignidade de uma pessoa!”, disse o pontífice argentino.

Do O Estado de S. Paulo