1º de Maio – Governos mudam o caráter da data no Brasil

Aqui no Brasil, os governos tentaram dar um outro caráter ao 1º de Maio. O operariado só começou a se formar no Rio de Janeiro no início do século 20, já que a escravidão terminou apenas em 1888. Em 1901, trabalhadoresnas pedreiras do Rio cruzaram os braços pela redução da jornada diária de doze para dez horas.

A organização dos trabalhadoresestava à cargo dos imigrantes italianos, que trouxeram o sonho anarquista de uma sociedade sem governo, sem patrões e igualitária.

Cooptação
Em 1924, o presidente Artur Bernardes decretou feriado, numa tentativa de tirar o caráter reivindicatório do 1º de Maio, mas sem sucesso.

Nas décadas de 30 e 40, Getúlio Vargas transformou o feriado numa celebração do poder do Estado e o 1º de Maio passou a ser uma festa para o presidente.

Nos anos 50 a 70 a data continuou a seguir o estilo getuliano, com grandes comemorações promovidas pelos governos e empresários.

Os sindicatos, então, passaram a realizar atos paralelos. A partir dos anos 80, com o novo sindicalismo, a comemoração do 1º de Maio voltou a ter um caráter de luta, retomando a tradição de uma data dos trabalhadores.

Com isso, o 1º de Maio volta a reafirmar a democracia e a liberdade como valores fundamentais, num ritual de afirmação do sonho, das esperanças e da utopia.