1º de maio – um povo de luta: As lutas contra a dominação branca

30 anos de guerra entre índios e brancos no Nordeste

A Confederação dos
Cariris durou 30 anos e foi
um movimento de resistência
contra a presença do
branco europeu.

A Confederação dos
Cariris, também chamada de
Guerra dos Bárbaros, aliou
indígenas de várias tribos para
expulsar os invasores.

O conflito aconteceu
no sertão nordestino reunindo
as nações Icós, Quixelôs,
Canindés, Tremembés, Crateús,
Jenipapos, Inhamuns,
Cariús, Cariris e outras. Cariri
significa tristonho, calado,
silencioso.

O movimento foi uma
reação dos índios aos homens
brancos, que invadiam
o interior do País em busca
de ouro e de terra para formar
fazendas. Aldeias eram
arrasadas, populações indígenas
dizimadas e os sobreviventes
escravizados.

Início potiguar –
A revolta começou em
1686, no Rio Grande do
Norte, onde hoje estão as cidades
de Mossoró e Apodi,
quando os índios janduins
atacavam vilas e fazendas,
com mortes e destruição
das casas. Os combates se
alastravam pelas capitanias
de Pernambuco, Ceará, Piauí
e Paraíba.

Dois anos depois, em
1688, o governador-geral
Frei Manuel da Ressurreição
contratou os bandeirantes
de São Paulo e São Vicente,
entre eles Domingos Jorge
Velho e Matias Cardoso.
Os bandeirantes eram conhecidos
como matadores
de selvagens e, no sertão
nordestino, promovem muitas
chacinas e toda sorte de
atrocidades.

Acirramento – A presença dos paulistas
não acabou com a revolta.
Ao contrário, provocou a
adesão de outras nações como
os Anacés, Jaguaribaras,
Tremembés e Baiacus.

Os conflitos aconteceram
até 1713, ano em que
os índios atacaram a vila do
Aquiraz, que era sede da capitania
do Ceará, e mataram
cerca de 200 moradores e a
fuga dos demais.

Como resposta ao ataque,
tropas do coronel João
de Barros Braga subiram pelo
vale do Jaguaribe até terras
piauenses e mataram todos os
indígenas que encontraram.

A expedição era formada
por homens com trajes
de couro, que conheciam a
região e o modo de guerrear
dos indígenas. O resultado
foi um mar de sangue, que
acabou com os sonhos da
confederação.

Nos quilombos, negros fugidos resistem à escravatura

Os quilombos eram locais
de refúgio dos escravos
negros, havendo também
minorias indígenas e brancas.

Originariamente, na
África, quilombo designava
local de paragens e acampamento
de caravanas. Aqui
no Brasil o termo ganhou o
sentido de reunir escravos
fugitivos em comunidades.

Existem registros de
quilombos em todas as regiões
do País. Eles tinham
curta existência, já que depois
de descobertos eram
reprimidos pelos senhores
de terras e de escravos.

A primeira referência de
um quilombo data de 1580,
formado por escravos que
fugiam dos engenhos das
capitanias de Pernambuco
e Bahia.

O quilombo do Palmares
foi um dos principais,
por sua resistência à escravidão.
Nasceu em 1655, no
atual Estado de Alagoas, e a
estimativa é que tenha chegado
a reunir cerca de 30 mil
pessoas por volta de 1670.

Os quilombos passaram
a ser atacados com mais
freqüência a partir de 1654,
depois que os holandeses
foram expulsos do Nordeste
e não havia mão-de-obra
suficiente para a retomada
da produção dos engenhos
de cana de açúcar.

O escravo africano era
caro. Portanto, atacar quilombos
e recapturar escravo
saía mais barato.

Guerra – Cerca de 18 expedições
foram organizadas para acabar
com Palmares. Em 1677,
o governo oferece tratado
de paz para o líder Ganga
Zumba. O tratado foi rejeitado
por ser desfavorável
aos quilombolas.

Ao assumir a liderança,
Zumbi substitui a estratégia
de defesa passiva pela estratégia
de guerrilha, atacando
engenhos para libertar escravos
e conseguir armas e
munições.

Depois de várias expedições
fracassadas, o governador
da capitania de
Pernambuco, Caetano de
Melo e Castro, contrata o