1º de Maio – Um Povo de Luta: Getúlio acaba com República Velha e paulistas querem derrubá-lo
Golpe acaba com República Velha
A Revolução de 1930
foi um movimento armado
que depôs o presidente
paulista Washington Luís
e colocou Getúlio Vargas
em seu lugar. O movimento
acabou com a hegemonia
da burguesia do café e
com a política econômica
que privilegiava a atividade
agrícola quando o pólo mais
dinâmico já era a produção
industrial.
O golpe é deflagrado
no início de 1929, quando
Washington Luís indica para
seu lugar o paulista Júlio
Prestes, então presidente
(como eram chamados os
governadores) do Estado
de São Paulo.
Essa indicação acaba
com a política do café
com leite, na qual políticos
paulistas e mineiros se alternavam
na presidência da
República.
Políticos de Minas Gerais,
Rio Grande do Sul e
Paraíba negam apoio a Júlio
Prestes e se unem à oposição
de diversos Estados para
formar a Aliança Liberal,
com apoio dos tenentes.
A Aliança lança o gaúcho
Getúlio Vargas para
presidente e João Pessoa,
presidente da Paraíba, para
vice. No programa estão a
jornada de trabalho de oito
horas e o voto feminino.
As eleições acontecem
em março de 1930
com vitória de Júlio Prestes
(1.09l.709 votos) sobre
Getúlio (742.794 votos). A
Aliança Liberal denuncia
uma fraude, não reconhece
a vitória e passa a conspirar
para impedir a posse, marcada
para novembro.
O País vive intensa crise
econômica, conseqüência
da depressão de 1929. O
estopim para a luta armada
acontece em julho, quando
João Pessoa é assassinado
por questões políticas e
pessoais.
No dia 5 de outubro,
Osvaldo Aranha e Flores
da Cunha tomam quartel
em Porto Alegre e partem
em direção a Santa Catarina
e Paraná.
Em Minas e Paraíba a
revolução estoura no mesmo
dia. O tenente Juarez
Távora derruba o governador
de Pernambuco e marcha
sobre Alagoas, Sergipe
e Bahia. No dia 10, Getúlio
Vargas lança manifesto e
começa viagem para a capital
Rio de Janeiro.
Os revoltosos avançam
sobre o Rio e não encontram
resistência.
No dia 24 de outubro
os generais Tasso Fragoso
e Menna Barreto, mais o
almirante Isaías de Noronha,
depõem Washington
Luís e formam uma junta
provisória.
É o fim da República
Velha, que havia começado
em 1889 com a proclamação
da República.
No dia 3 de novembro,
a junta militar passa a presidência
para Getúlio Vargas,
que revoga a Constituição
de 1891 e nomeia interventores
nos Estados, a maioria
tenentes.
Paulistas tentam derrubar Getúlio
A Revolução Constitucionalista
de 1932 foi
um movimento armado
paulista que, entre julho
e outubro, lutou contra
o governo provisório de
Getúlio Vargas e por uma
Constituição para o País.
Foi a primeira grande
revolta contra o novo presidente,
com saldo oficial
de 934 mortos, embora as
estimativas apontem para
2.200 mortos.
Uma das causas da
revolta foi o golpe de 30,
que impediu a posse do
presidente eleito Júlio Prestes.
Para a elite cafeeira do
Estado, o golpe de Getúlio
Vargas havia sido contra
São Paulo.
Além disso, ele nomeara
o coronel João Alberto
Lins de Barros como interventor,
considerado um
forasteiro e plebeu pela
aristocracia paulista.
Assim que assumiu,
Getúlio rasga a Constituição
de 1891 e governa ditatorialmente.
Ele fechou
o Congresso, destituiu as
assembléias estaduais e as
câmara municipais, e substituiu
vereadores, prefeitos,
governadores e deputados
por delegados de polícia e
interventores militares.
Ao mesmo tempo, ele
reconhece oficialmente os
sindicatos, legaliza o Partido
Comunista e apóia a
necessidade de um aumento
salarial a todos os trabalhadores.
A elite paulista vê essas
medidas como populistas e
a irritação não diminui nem
mesmo com a nomeação do
paulista Pedro de Toledo
para interventor.
A aristocracia do café
quer, na verdade, o retorno
dos paulistas ao poder
central.
Em fevereiro de 1932,
o P