1º de Maio – Um povo de lutas

Cachaça gera umas das primeiras revoltas

Poucos anos depois de
Martim Afonso de
Souza trazer mudas
de cana de açúcar para o
Brasil Colônia, em 1532, os
engenhos se espalham por
Pernambuco, Bahia e Rio
de Janeiro.

A cachaça surge logo
em seguida e quem não gosta
é Portugal, pois o produto
brasileiro passa a competir
com a bagaceira da metrópole,
feita a partir da uva.

Em 1635, Portugal proíbe
a produção de cachaça,
que continua a ser feita ilegalmente
e contrabandeada
para Angola.

A expulsão dos franceses
de Pernambuco, em
1654, faz com que eles passem
a produzir açúcar nas
Antilhas, concorrendo com
o açúcar de baixa qualidade
produzido no Rio de Janeiro,
o que prejudicou gravemente
a economia local.

Para compensar a redução
dos lucros, os senhores
de engenho aumentam
a produção de cachaça até
que, em 1659, Portugal manda
destruir os alambiques.

Os alambiqueiros continuam
com a atividade clandestinamente,
enviando a
cachaça para a África.

Fogo e imposto – No ano seguinte, o capitão-general Salvador Correia
de Sá e Benevides, da
família de Mem de Sá – terceiro
governador geral do
Brasil -, decide aumentar os
impostos da bebida.

Em novembro de 1660,
a Câmara Municipal aprova
o imposto sobre a riqueza
dos cidadãos.

Os moradores da Freguesia
de São Gonçalo do
Amarante, que hoje é São
Gonçalo e Niterói, se revoltam.
Liderados pelo fazendeiro
Jerônimo Barbalho
Menezes de Bezerra,
a população, junto a 112
donos de engenho, depõem
o governador em exercício
Tomé de Souza Alvarenga,
já que Salvador de Sá estava
de viagem a São Paulo.

O grupo se dirige à
Câmara para exigir o fim
da cobrança das taxas e a
devolução do já pago. Os
revoltosos, em assembléia
popular, escolhem Agostinho
Barbalho para o posto
de governador, que toma atitudes
conciliadoras, gerando
insatisfação nos revoltosos.
Em fevereiro, a Câmara do
Rio dá por terminado seu
governo e escolhe seu irmão,
Jerônimo Barbalho, para o
cargo.

Golpe – Este, por sua vez, passa
a perseguir os jesuítas e militares
e cria muitos inimigos.
Enquanto isso, Salvador de
Sá se prepara para tomar a
cidade de volta e conta com
o apoio de tropas vindas da
Bahia.

Na madrugada de 6 de
abril de 1661 o Rio é atacado
de surpresa por tropas baianas,
que chegam pela praia,
e por tropas paulistas vindas
pelo interior. Surpreendidos,
os revoltosos não oferecem
resistência.

Uma corte marcial condena
Jerônimo Barbalho
à morte, mas essa decisão
não agrada ao Conselho
Ultramarino de Portugal –
entidade que cuidava das
colônias – pois via injustiça
no castigo.

O Conselho afasta Salvador
de Sá do cargo, por
considerá-lo autoritário, e
entende que a Revolta da
Cachaça foi justa. Os rebeldes
são libertados e ganham
perdão da Coroa. Nesse mesmo
ano a metrópole libera a
produção da cachaça.

Crise econômica provoca revolta no Maranhão

A Revolta dos Irmãos
Beckman acontece no Estado
do Maranhão, criado
em 1621 e que compreendia
os atuais territórios do
Maranhão, Ceará, Piauí, Pará
e Amazonas. Ele estava
subordinado diretamente à
Coroa Portuguesa.

Com a saída dos holandeses,
em ((….)), a região entra
em crise de abastecimento
e estagnação econômica.

A população extremamente
pobre sobrevivia da
pesca e da agricultura de
subsistência. As atividades
econômicas eram, além da
lavoura de cana para a produção
de açúcar, o tabaco, a
pecuária para exportar couro
e o cacau.

Sem mão-de-obra, os
senhores de engenho passam
a capturar indígenas
como escravos até que, em
1680, a Coroa proíbe a escravidão
indígena diante da
pressão dos padres jesuítas.

Para contornar a crise,
em 1682 Portugal cria a
Companhia Geral do Comércio do Maranhão, que
passa a ter o monopólio de
todo o comércio.

A companhia fica com
a incumbência de compra