1º de Maio – Um povo de lutas: A Inconfidência Mineira
Saiba como surgiu a Inconfidência Mineira, um dos movimentos pela independência do Brasil.
Em Minas, elite colonial quer
romper com a metrópole
A Inconfidência Mineira
foi uma conspiração
contra Portugal envolvendo
a elite da capitania de Minas
Gerais, que eram os proprietários
rurais, intelectuais,
militares, mineradores, produtores
agrícolas e criadores
de animais.
Vários fatores influenciaram
essa tentativa de revolta
contra o domínio português,
entre eles as idéias
iluministas que vinham da
Europa questionando o direito
divino dos reis e propondo
um contrato social
para legitimar a autoridade
dos governantes.
Essas idéias impulsionaram
a independência dos
Estados Unidos, que em
1776 deixaram de ser colônia
da Inglaterra, e também
a Revolução Francesa, em
1789, que lutava pelo ensino
gratuito, o voto universal e
o fim da escravidão nas colônias
francesas. Outro fator
foi o econômico. Mesmo
com a decadência da mineração
e declínio da produção
do ouro, Portugal manteve
a cobrança da cota de 1.500
quilos ao ano. Além disso, a
Coroa ameaçou com a derrama,
que era a cobrança dos
impostos atrasados.
A conspiração – A descoberta do ouro
havia transformado Vila Rica
numa pequena metrópole,
completamente urbanizada.
As medidas anunciadas
pela Coroa aumentaram o
descontentamento entre a
população e os mineiros.
A conspiração passou a
ser debatida em reuniões secretas
a partir de 1781. O plano
era proclamar a independência
de Minas e estendê-la
ao Rio e a outras capitanias.
Tiradentes agia livremente
em Vila Rica, conversando
com mineradores,
militares e parte do clero. A
idéia era aproveitar o anúncio
oficial da derrama para
prender o governador de
Vila Rica, o Visconde de
Barbacena, tomar o poder,
proclamar a independência
e depois iniciar uma guerra
de guerrilha nas outras capitanias.
Eles não tinham uma
orientação política definida,
mas defendiam um conjunto
de propostas liberais.
A traição –
No dia 15 de março de
1789, o minerador Joaquim
Silvério dos Reis denunciou
a conspiração ao governador
em troca do perdão de suas
dívidas. O anúncio da derrama
foi adiado e Silvério dos
Reis viajou ao Rio de Janeiro
para formalizar a denúncia
ao vice-rei.
Ainda no mês de março,
Tiradentes foi preso no Rio.
Em seguida, tropas seguiram
para Minas e prenderam outros
33 conspiradores.
Onze deles foram condenados
à morte, mas somente
Tiradentes foi enforcado,
já que Coroa transformou a
pena dos outros em exílio na
África para o resto da vida.
Paulistas perdem contra emboabas
As minas de ouro foram
descobertas em 1687,
na atual Ouro Preto, provocando
uma verdadeira
invasão nas Minas Gerais,
que recebia cerca de 10 mil
pessoas a cada ano.
Na região existiam dois
grupos rivais. Os paulistas,
que queriam o direito
de explorar as minas, e os
forasteiros e portugueses,
chamados de emboabas.
Em tupi, emboaba significa
pássaro de pés emplumados,
já que eles usavam botas, enquanto
os paulitas andavam
descalços.
A guerra entre os dois
grupos durou entre 1708
e 1709, com ocupação de
arraiais estratégicos para a
exploração das minas.
Em maior número, os
emboabas derrotaram os
paulistas em várias batalhas.
O confronto terminou
com a intervenção do governador
do Rio, Antônio
de Albuquerque Carvalho,
determinando a retirada dos
paulistas.
Revolta contra os tributos da Coroa
Em 1720, aconteceu
a Revolta
de Felipe dos
Santos, contra a
cobrança de tributos
por parte da
Coroa, e foi considerada
o embrião
da Inconfidência
Mineira.
Portugal havia
criado a Casa de Fundição
e da Moeda, proibindo a circulação
do ouro em pó, que
deveria ser fundido e transformado
em barras. Com isso, a
Coroa garantia a sua parte.
Em Vila Rica, Felipe dos
Santos, um rico fazendeiro,
comandou moradores na
ocupação de Vila Rica, que
ficou 20 dias nas mãos dos