1º de Maio – Um povo de lutas: As revoltas na Regência

Depois de várias revoltas
contra o poder ditatorial
de D. Pedro I e quase nove
anos como Imperador do
Brasil, ele deixa o trono em
abril de 1831 e o País passa
a ser governado por regentes,
já que seu filho, Pedro
de Alcântara, tinha apenas
cinco anos de idade.

Foram quatro regências,
de 1831 a 1840, época
de grande agitação social e
política, com brigas entre
os vários grupos políticos,
inclusive os que querem a
volta de D. Pedro.

Foi nessa época que o
ministro da Justiça forma a
Guarda Nacional, com os
grandes fazendeiros recebendo
a patente de coronel,
termo usado até hoje para
designar latifundiários autoritários.

É nesse contexto que se
destaca o Duque de Caxias,
que faz carreira ao comandar
tropas na repressão aos levantes
contra o Império.

O povo toma o poder
no Norte do País

A Cabanagem aconteceu
no Grão-Pará, a província
mais ligada a Portugal
e isolada do resto do País,
que só reconheceu a independência
do Brasil um ano
depois de proclamada.

As condições de vida
da maior parte da população
eram péssimas. Índios sem
tribos e aldeados, negros
livres e escravos e mestiços
viviam marginalizados,
amontoados em cabanas às
margens dos rios e igarapés.
Eram chamados de cabanos
e usados como mão de obra
em regime de semi escravidão.
Para eles, os portugueses
eram responsáveis pela
situação em que viviam.

No final de 1833, Bernardo
Lobo de Sousa assume
o governo da província
e implanta uma política repressiva.

Quando, em 1835, o
império promove um recrutamento
obrigatório ao
Exército, a rebelião tem
início. Liderados por fazendeiros
e pequenos comerciantes,
os cabanos dominam
Belém, executam o
governador Lobo de Sousa e
escolhem o fazendeiro Félix
Malcher para o posto.

Meses depois, por perseguir
os líderes mais radicais
e jurar fidelidade ao
império, ele é deposto e
executado.

À medida em que o movimento
se radicaliza, a elite
se afasta e os cabanos assumem
o controle da rebelião.

Quando as tropas da
regência retomam Belém, os
revoltosos fogem para o interior,
se reorganizam e, em
agosto de 1835, retomam a
cidade depois de vários dias
de luta e instalam um governo
popular.

Eles proclamam a independência
do Pará e a República,
distribuem alimentos
dos comerciantes para a
população e perseguem os
proprietários rurais.

Em abril de 1836 uma
poderosa esquadra cerca a
capital e não encontra resistência,
pois haviam apenas
mulheres.

Os cabanos fogem para
o interior e, perseguidos,
ainda resistem por quatro
anos.

A regência só consegue
o controle da província em
1840, depois de violenta
repressão que deixa cerca
de 30 mil mortes, 30% da
população.

Para o historiador Caio
Prado Júnior, a Cabanagem
“foi o mais notável movimento
popular do Brasil, o
único em que as camadas
mais inferiores da população
conseguem ocupar o poder
de toda uma província com
certa estabilidade. Foi a primeira
insurreição popular
que passou da simples agitação
para a tomada efetiva
do poder”.

No Maranhão, armas
contra os portugueses

A independência do
Brasil pouco mudou a situação
econômica do Maranhão,
que se agravou a partir
de 1837 com a crise do
algodão, principal produto
exportado pela província.
As camadas mais pobres
da população, que pegaram
em armas na guerra
da independência, continuavam
marginalizadas
econômica e politicamente.

A disputa política se
dava entre a classe média
urbana, chamada de bemte-
vi, e os proprietários de
terra e comerciantes portugueses,
chamados pejorativamente
de balaios.

Em dezembro de
1838, um vaqueiro conhecido
por Cara Preta invade
a cadeia para libertar seu
irmão, acusado de assassinato,
deflagrando a Balaiada,
já que um de seus
líderes foi o vendedor de
balaios Manuel Francisco
dos Anjos.

O movimento se amplia
e Cara Preta consegue