1º de maio – Um povo de lutas: O início do fim da República Velha

A Guerra do Contestado, o Tenentismo e a Coluna Prestes dão continuidade à série

Fanáticos criam governo independente

A disputa pela posse de
terras deu origem à Guerra
do Contestado, região que
ficava à Oeste de Santa
Catarina e Paraná e onde
viviam posseiros sem oportunidade.

O nível de marginalidade
social aumenta a partir
de 1908, quando o governo
do marechal Hermes da
Fonseca desapropria uma
faixa de 30 quilômetros de
largura para a construção
de ferrovia entre São Paulo
e Rio Grande do Sul.

Os caboclos se organizam
em comunidade liderada
pelo falso monge João
Maria, considerado santo
por suas curas e pregações.

A vida era comunitária,
com cultos e orações diárias,
fortalecendo o messianismo,
a esperança de que o falso
monge, um enviado divino,
conduzisse todos a um mundo
melhor. João Maria se
coloca contra a recém criada
República, que para ele era
um instrumento do diabo,
dominada por coronéis, e
declara a comunidade um
governo independente.

Novos povoados são
criados na região até que
João Maria é denunciado
por instalar uma monarquia
em Taquaruçu, localidade de
Curitibanos.

O primeiro combate
acontece em outubro de
1912, quando o falso monge
morre. A comunidade se
transfere para a Vila do Irani,
no centro do Contestado,
e nos dois anos seguintes
consegue debelar as tropas
legalistas.

Para os fanáticos é uma
Guerra Santa. Eles saqueiam
vilas e cidades e chegam a
dominar 25 mil quilômetros
quadrados.

Em setembro de 1914,
cerca de 7 mil soldados
cercam a região e à medida
que avançam, destróem e
matam. Em abril de 1915,
depois de vários combates, a
comunidade é arrasada, com
mais de 600 mortos.

O último reduto dos
monarquistas cai em dezembro
de 1915 e Adeodato, o
último líder, é perseguido
durante oito meses pelas tropas,
até ser preso em agosto
de 1916, encerrando a Guerra
do Contestado.

Tropa revolucionária percorre o País

Cerca de 1.500 soldados
participaram da Coluna
Miguel Costas-Prestes, considerada
o primeiro exército
popular que teve uma duração
razoável na história do
Brasil.

A coluna se tornou o
primeiro momento em que
militares profissionais lideraram
um exército com
uma nova concepção de
hierarquia e objetivos revolucionários.

Entre 1925 e 1927, a
coluna percorreu cerca de 25
mil quilômetros por vários
Estados e foi o ponto alto
do Tenentismo.

O movimento tenentista
queria o voto secreto para
acabar com os currais eleitorais,
além de dotar o País
de uma estrutura política e
administrativa moderna. Era
uma época de crescimento
das indústrias, mas a economia
ainda se baseava no
latifúndio.

O País queria mudanças
e as cidades se agitam. O ano
de 1922 é o da Semana da
Arte Moderna e da fundação
do Partido Comunista.

Em julho, tenentes comandam
rebeliões na Escola
Militar do Realengo e nas
guarnições no Mato Grosso
e na Guanabara, que são
reprimidas. No Forte de Copacabana,
a rebelião resiste.

O presidente Epitácio
Pessoa manda cercar o forte
e 17 militares resolvem lutar.
Eles marcham pela Praia de
Copacabana e apenas Siqueira
Campos e Eduardo
Gomes sobrevivem.

São Paulo –
A revolta dá início a um
período de conspiração nas
forças armadas.

Em 5 de julho de 1924,
várias guarnições se rebelam
em São Paulo e marcham
sobre o Palácio dos Campos
Elíseos, sede do governo
estadual, mas são contidas
pelas tropas legalistas. Os
rebeldes abrem trincheiras
nas ruas e a cidade passa a
ser bombardeada.

No dia 28 de julho eles
deixam São Paulo e se dirigem
para Foz do Iguaçu.
São cerca de 3000 soldados
sob o comando do marechal
Isidoro Dias Alves, Miguel
Costa, e dos tenentes Joaquim
e Juarez Távora e
Siqueira Campos, herói do
Forte de Copacabana.

A eles se juntam, em
abril de 1925, os militares
que haviam se rebelado no
Rio Grand