2009 começa com guerra contra demissões

O rompimento das negociações e as demissões arbitrárias feitas pela TRW, em Diadema, provocaram a resposta imediata da categoria. Ato de protesto realizado ontem, na porta da fábrica, reuniu mais de 500 pessoas, que exigiram a reintegração dos 210 demitidos. Mobilizações acontecem também na Proxyon e na Proema, em São Bernardo.


Ato na TRW exige recontratações

Mais de 500 trabalhadores reunidos ontem na porta da TRW, em Diadema, decidiram intensificar as lutas contra as 210 demissões anunciadas pela empresa no final do ano passado.
“Vamos fazer a luta que tiver de ser feita para que a TRW volte atrás nessa decisão arbitraria e truculenta”, afirmou o presidente do Sindicato, Sérgio Nobre, ao encaminhar a votação.
A militância da categoria e várias autoridades regionais estiveram no ato para prestar solidariedade aos companheiros demitidos.
Compareceram o prefeito de Diadema, Mário Reali; o vice-prefeito, Gilson Menezes; o deputado federal Vicentinho; os vereadores do município Maninho, e Zé Antonio, e os vereadores de São Bernardo, Paulo Dias, Toninho da Lanchonete e Tião Mateus.
“Há cinco anos não tínhamos uma greve aqui, mas a nova diretoria não quis negociar”, afirmou Robson Dias Bonjardim, do Comitê Sindical na empresa, na abertura da manifestação.
Repercussão Já o representante do SUR na Ford e secretário da CNM-CUT, Paulo Cayres, alertou: “A Ford acabou de anunciar a ampliação da produção e essa empresa, que fornece material para lá, resolve demitir. Se ela não voltar atrás, vai sofrer da pior forma. As montadoras têm um código de ética que proíbe comprar de empresas que desrespeitam os trabalhadores”.
O prefeito de Diadema foi além. Mário Reali se colocou a disposição para negociar com a empresa.
“Nós queremos mais empresas, mais investimentos e crescimento na nossa cidade, mas, para isso, vamos buscar divisão de riquezas e condições melhores para todos.”
Brasília também vai tomar conhecimento dos problemas, garantiu Vicentinho.
“Os trabalhadores podem ter certeza que não estão sozinhos e que vão contar com o apoio de todos. A empresa está fazendo muito coisa errada e todas elas serão denunciadas por mim na Câmara Federal”, prometeu.


Mais de 500 pessoas participaram de ato na porta da fábrica

Truculência
Tão ruim quanto as demissões foi a forma como elas aconteceram. Sem qualquer aviso, a TRW interrompeu as negociações que mantinha desde setembro. Para piorar, os companheiros foram comunicados por telegrama no dia 20 de dezembro, mas a empresa não esperou o aviso chegar a todos.
Na noite de 19 para 20 do mês passado, as chefias da TRW disseram aos trabalhadores do turno da noite que eles deveriam deixar a fábrica imediatamente.
Como o pessoal não aceitou a proposta porque não havia transporte para levá-los para casa de madrugada, a empresa cortou a energia elétrica do prédio e obrigou os trabalhadores saírem.
O grupo, que incluía mulheres grávidas, viu-se de repente, às 3h30 da madrugada, na rua, sem condução sequer para voltar às suas residências.
Eles tiveram que ficar em frente a fábrica até o transporte coletivo começar a funcionar, já na manhã do dia 20.


Trabalhadores lotaram a porta da TRW para protestar contra a truculência da empresa