25 anos da CUT: Plano de lutas por um País melhor

Milhares de trabalhadores aprovaram sexta feira, durante assembléia popular realizada em São Bernardo, plano de lutas da CUT para o fortalecimento da democracia, da valorização do trabalho, da ampliação de direitos da classe trabalhadora e por uma organização sindical livre e autônoma.

Assembléia popular aprova plano de lutas

Cerca de seis mil trabalhadores
de todas as regiões
do País aprovaram, na
última sexta-feira, durante
a realização de assembléia
popular em São Bernardo, o
plano de lutas da CUT para
os próximos anos.

A assembléia, que comemorou
os 25 anos de
vida da Central, foi realizada
na Praça da Matriz, um
dos locais em que nasceu o
novo sindicalismo, a partir
das greves e mobilizações
dos metalúrgicos do ABC
durante os anos 70 e 80.

Os participantes do ato
ratificaram a jornada de lutas
e mobilizações aprovada
pela 12ª Plenária Nacional
da CUT, ocorrida na semana
passada, em São Paulo.

Antes da assembléia,
os trabalhadores realizaram
passeata entre a sede do
nosso Sindicato e a Praça da
Matriz. Nem a chuva persistente
tirou a empolgação
dos companheiros.

Ditadura militar – O presidente da CUT,
Artur Henrique, disse que a
manifestação era para cele
brar e reafirmar as raízes da
Central.

“A razão de viver da
CUT são as lutas populares,
a valorização de todos os
que vivem de sua força de
trabalho e o sonho de que
cada um tem de viver bem
e ser dono de seu destino”,
afirmou.

Políticas públicas – O presidente do Sindicato,
Sérgio Nobre, contou
que na época da fundação
da CUT a reivindicação era
por direitos trabalhistas,
mas depois se ampliou e
chegou a outros setores.

“Nossa batalha nos colocou
em outras lutas, por
justiça social para todos,
saúde e educação pública de
qualidade. De nada adiantaria
termos bons salários se
nossas cidades não tiverem
políticas públicas voltadas
aos trabalhadores”, disse
Sérgio.

Durante o ato, os oradores
lembraram que, por
muitas vezes, a igreja da Praça
da Matriz serviu de abrigo
aos grevistas perseguidos
pela ditadura militar.

“Naquele momento de
enfrentamento, quando lutávamos
pelo direito de nos
organizarmos, começava
esta história de lutas e conquistas,
a história da CUT”,
afirmou Adi dos Santos Lima,
secretário-geral da CUT
São Paulo.

O secretário-executivo
da CUT, José Lopez Feijóo,
comentou que a fundação
da Central foi correta.

“Estávamos certos. Era
preciso juntar as diversas categorias,
para as lutas gerais.
A CUT foi esse instrumento
de luta que uniu os trabalhadores”,
destacou.

Feijóo frisou que, se
hoje existe uma política de
recuperação do salário mínimo
e de correção da tabela
do Imposto de Renda, foi
porque a CUT reivindicou,
saiu às ruas e negociou.

Ao final da manifestação,
Sérgio Nobre recordou
que as greves realizadas há
30 anos modificaram o movimento
sindical, colocando
o trabalhador como ator
principal na sociedade.

“É na rua que o povo
muda sua história”, concluiu
o presidente do Sindicato.

Principais pontos do Plano de Lutas

Disputar o projeto de
desenvolvimento nacional
sustentável, com distribuição
de renda e valorização
do trabalho.

Combater a inflação,
cobrando reforma tributária
socialmente justa, redução
da taxa de juros e desoneração
da cesta básica.

Intervenção nas eleições
municipais, comprometendo
as candidaturas
com a plataforma eleitoral
da classe trabalhadora.

Garantir que os empregos
gerados com o crescimento
econômico sejam
adequados ao trabalho decente.

Ampliar a luta pela
reforma agrária e pelo fortalecimento
da agricultura
familiar.

Avançar na luta pelo
fim do imposto sindical e
pela implantação da contribuição
negocial.

Potencializar a luta
pela liberdade e autonomia
sindicais, pela punição de
práticas anti-sindicais e pelo
direito de greve.

Assegurar a participação
dos movimentos sociais
nas instâncias de decisão de
políticas públicas e de orçamento
público.