25 anos do ECA é marcado com mobilizações contra a redução da maioridade penal
O Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA, completou 25 anos na última segunda-feira, dia 13. E em comemoração a data, a CUT, outras centrais sindicais e movimentos sociais protestaram em todo o País contra a redução da maioridade penal. A atividade foi chamada de “25 anos de Estatuto da Criança e do Adolescente: o Brasil diz NÃO à redução da maioridade penal”.
Em São Paulo, discursos e apresentações culturais marcaram o dia que se iniciou no Anhangabaú e teve o desfecho com uma marcha.
“Os 25 anos do ECA representam uma conquista importante dos movimentos sociais na proteção das crianças e garantias necessárias para quem está na transição entre a infância e a adolescência”, afirmou a diretora executiva do Sindicato, Ana Nice Martins de Carvalho.
“As medidas punitivas já existem, mas o Estado não está preparado para aplicar a punição. É isso que estamos cobrando: a efetivação do Estatuto”, prosseguiu.
O ECA foi pensado diante do grande índice de maus-tratos das crianças no Brasil no final da década de 80. O movimento Nacional dos Meninos e Meninas de Rua e do Centro Cultural Solano Trindade, apoiados pelo Sindicato; pessoas ligadas às igrejas católicas; e outros movimentos fizeram mobilizações para a criação de uma legislação mais humana.
“As conquistas democráticas, a partir da Constituição de 1988, estão sendo colocadas em xeque por forças conservadoras como não se havia visto nos últimos anos. O debate hoje é político”, afirmou Marcos Souza, o Marquinhos, representante do Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua.
Além dos direitos, o ECA também prevê “penas” para jovens a partir de 12 anos que cometem atos infracionais. São seis medidas socioeducativas, entre elas privação de liberdade em ambientes preparados, que têm como objetivo ressocializar estes jovens.
“Reduzir a maioridade penal é como se a gente afirmasse que já perdemos estes jovens”, finalizou Ana Nice.
Da Redação.