2º turno começa amanhã e trabalhadores na IGP, Parker, Mahle e Arteb estão mobilizados para #ARetomada
Assembleias em Diadema e São Bernardo aconteceram na última semana para reforçar a importância da participação nas eleições e na luta por uma indústria forte e empregos de qualidade
Amanhã e quarta-feira, sócios e sócias do Sindicato vão às urnas para eleger o presidente dos Metalúrgicos do ABC, o Conselho da Executiva da Direção e o Conselho Fiscal, com 33 representantes no total. A mobilização para #ARetomada contou com mais rodadas de assembleias na base para chamar a categoria ao pleito. Trabalhadores também aprovaram disposição de luta pela queda da taxa de juros do Banco Central.
Em assembleia conjunta na quinta-feira, dia 20, com os trabalhadores na IGP e na Parker, em Diadema, o presidente do Sindicato, Moisés Selerges, falou da importância da constante organização no local de trabalho. “Uma das características principais dos Metalúrgicos do ABC é esse contato com a base. É tomar o café juntos, almoçar juntos, é discutir os problemas dentro e fora da fábrica e isso fortalece o Sindicato para conversar com os governos em todas as esferas”.
O presidente lembrou do fechamento da Ford, em São Bernardo. “Fomos a Brasília conversar com o último governo e ver o que poderia ser feito para evitar o fechamento. Quem nos recebeu foi o então vice-presidente da República, que disse: ‘eu não posso fazer nada, quem cuida disso é o mercado’. Essa é a diferença. Vocês podem acompanhar pela Tribuna Metalúrgica que, praticamente toda semana, estamos em Brasília e, mesmo apoiando o projeto do atual governo, não siginifica que não vamos cobrar e nos manifestar. Não existe um país forte no mundo que não tenha uma indústria forte”, afirmou.
Também destacou a ida à China com a comitiva do presidente Lula neste mês. “Eles querem investir, mas a produção tem que ser feita aqui. Não queremos que tragam só em forma de CKD para montar, tem que produzir aqui e pegar as peças da IGP, por exemplo, com conteúdo local, e transferir tecnologia para cá”.
Fortalecimento da base
O coordenador da Regional Diadema e CSE na IGP, Antonio Claudiano da Silva, o Da Lua, relacionou que todas as ações feitas pelo Sindicato são reflexos do fortalecimento da base.
“Nós acabamos de eleger o presidente Lula e essa foi uma das falas dele: ‘vocês precisam ir às ruas cobrar políticas que ajudem os trabalhadores’. Não podemos lutar apenas por um ambiente de trabalho e salário melhores, precisamos de melhorias em toda a sociedade, por isso nossa luta vai além da fábrica. Tudo isso faz com que a roda da economia gire. Ficamos sem políticas de 2016 para cá, sem discutir conteúdo nacional, agora vamos à luta retomar nossos direitos”.
O CSE na IGP Ricardo Torres da Silva, o Trakinas, reforçou que a organização no local de trabalho é uma ferramenta para pleitear melhorias na fábrica e lembrou que os patrões também têm seus próprios sindicatos. “A classe trabalhadora unida tem uma força enorme e já demonstramos isso várias vezes no chão de fábrica. Cabe a cada um de nós fazermos a reflexão e participar da luta”.
Já o CSE na Parker, José Jorge Soares da Silva, o Jorjão, destacou a importância do Sindicato. “A pessoa entra na empresa já com muitos benefícios, como convênio médico, cesta básica, refeitório, por exemplo, e acha que foram ofertados pela empresa, mas tudo isso foi luta sindical”.
Mahle
O coordenador de São Bernardo, Genildo Dias Pereira, o Gaúcho, esteve na Mahle na quarta-feira, dia 19, e falou sobre a taxa de juros que impede financiamentos e afeta não só a indústria metalúrgica como toda a sociedade.
“Muitos podem achar que agora é mais fácil com o presidente Lula no governo, mas e o Congresso Nacional e o Banco Central? A taxa Selic está a 13,75% e não se consegue baixar porque o Banco Central é independente”, explicou o diretor.
“Estamos vivendo momentos difíceis, estamos aqui agradecendo pelo 1º turno das eleições, pedindo o voto para o 2º turno, mas já fazendo um alerta e chamado a todos e todas: a qualquer momento vocês poderão encampar uma luta junto ao Sindicato contra a taxa de juros que faz com que as empresas não invistam no país”.
O coordenador do CSE na Mahle, Marcelo Pereira dos Santos, destacou que o momento é de alerta. “É preciso organização e unidade para falar sobre problemas internos e são os trabalhadores e trabalhadoras que dão respaldo para o CSE representar todos na fábrica”.
Arteb
Concomitante à assembleia na Mahle, o coordenador de área de São Bernardo e CSE na Arteb, Sebastião Gomes de Lima, o Tião, reforçou a necessidade da unidade.
“Aproveito este momento para salientar a busca ao diálogo diário com a empresa. Temos alguns problemas internos e já passamos por enormes dificuldades nos últimos sete anos, mas em nenhum momento desistimos de manter a continuidade da empresa e os empregos dos trabalhadores”, destacou.
O CSE Francisco Lourival de Lima, o Chico, agradeceu a participação de todos e todas no 1º turno. “Temos pautado a empresa por melhorias aos trabalhadores e para resolver os problemas internos. Quero reforçar o chamado para que os sócios e as sócias do Sindicato participem do 2º turno e fortaleçam cada vez mais a luta dos trabalhadores”.