30 anos da Greve da Scania

CREDENCIMENTO DE IMPRENSA
Credenciais poderão ser retiradas no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, no dia 12, até meia hora antes dos eventos das 9h e  17h

Para acesso à mesa da noite, cque terá o presidente Lula, será obrigatória a credencial obtida junto à Imprensa do Planalto

Os profissionais de imprensa que vão cobrir a programação (detalhada abaixo) do evento 30 anos da greve da Scania, promovido pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, poderão retirar as credenciais no dia 12, até meia hora antes de casa mesa – a primeira começa às 9h.

A credencial servirá para os quatro horários da programação. Na última mesa, que terá a presença do presidente Lula, valerá, para entrada no auditório, o credenciamento obrigatório feito pela Assessoria de Imprensa do Planalto. As credenciais de imprensa do Sindicato permitirão acesso ao prédio.

PROGRAMAÇÃO DO EVENTO

9h – “Trabalho Decente”, “30 anos do novo sindicalismo, a história de uma greve “, “Judicialização e criminalização do movimento sindical no Brasil”

  • Laís Abramo, socióloga, e diretora do escritório da OIT (Organização Internacional do Trabalho) no Brasil e especialista para América Latina em temas de gênero e trabalho falará sobre “Trabalho Decente” e fará um balanço dos 30 anos da greve da Scania e o atual momento do movimento sindical.
  • Paulo Vanucchi, ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos do governo federal, vai abordar o “Movimento Sindical nos dias atuais – judicialização e criminalização 
  • Djalma Bom, ex-deputado federal e ex-dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, E tesoureiro do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC à época da greve da Scania, falará sobre a história da paralisação de 1978

17h30 às 18h – Mesa debate o filme “Linha de Montagem”

Composição da mesa

  • Renato Tapajós, diretor do filme, que foi restaurado e será relançado nos circuito comercial
  • Sérgio Nobre, diretor de Organização do Sindicato dos Metalúrgicos, e presidente eleito para o próximo mandato de três anos
  • Gilson Menezes, ex-dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, umas das principais lideranças da greve da Scania em 1978

18h às 19h30 – Exibição do filme “Linha de Montagem”

O filme de Renato Tapajós, documentário sobre as greves dos metalúrgicos de 1979 e de 1980, foi restaurado depois de mais de 25 anos e será relançado durante o evento.

19h30 – Mesa debate sobre os 30 anos da greve da Scania

Composição da mesa:

  • José Lopez Feijóo, atual presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (passa o cargo em 19 de julho)
  • Luiz Marinho, ministro da Previdência Social, ex-ministro do Trabalho e ex-presidente do Sindicato e da CUT (Central Única dos Trabalhadores).
  • Presidente Luiz Inácio Lula da Silva

A HISTÓRIA DE UMA GREVE

O movimento na Scania em 1978 foi a primeira paralisação de massa após as greves operárias de Osasco, na Grande São Paulo, e Contagem, em Minas Gerais, em 1968. Com as greves de 1979 no ABC, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema e seu presidente na época, Luiz Inácio Lula da Silva, ganharam projeção nacional. O enfrentamento com a ditadura militar colocou em pauta a luta pela democracia, incluindo o direito à greve.

A greve na Scania virou o estopim da mobilização de funcionários de outras empresas, que também paralisaram a produção. Reivindicava-se mais do que melhores salários. O movimento ganhou contornos políticos de contestação à ordem estabelecida reforçando a exigência das esquerdas por abertura política no País, que era governado pelo general-presidente Ernesto Geisel.

LULA E 1978: “FOI FANTÁSTICO”

À frente das greves que começaram em 1978 estava Luiz Inácio Lula da Silva, então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, que ainda não era o político experimentado, mas já possuía um discurso articulado. Torneiro mecânico, Lula tinha uma bagagem de seis anos no movimento sindical quando tomou para si a responsabilidade de liderar a greve dos metalúrgicos.

(…) “Em 78, o que a gente queria provar para a categoria? A gente queria provar que, ou a gente fazia alguma coisa diferente ou, se a gente continuasse fazendo as mesmas coisas, o que aconteceria? O presidente da República decretava um percentual de reajuste de cada mês. Todo mês o Geisel decretava reajuste para as categorias, por exemplo, as que têm data-base em abril: tantos %. Então, a gente queria mostrar para os trabalhadores: “Olha, se a gente fizer assembléia com 50 mil pessoas ou fizer com um, tem o mesmo sentido. Por que? Porque é o presidente que decreta. Então, nós vamos provar isso. Nós vamos fazer uma campanha onde não vai ter pauta de reivindicação” (…) “O ano de 1978 foi fantástico, teve greve o ano inteiro. Todo dia parava uma fábrica, toda semana parava outra fábrica (…).  Extraído de depoimento ao site ABC de Luta, do SMABC.

1978 E O SINDICATO DOS METALÚRGICOS DO ABC

Em maio de 1978, os metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema surpreendem toda a sociedade brasileira com o movimento grevista quando os trabalhadores da empresa Scania, após a campanha salarial, no dia 12 de maio, ao receberem seus holerites com o reajuste fixado pelo governo, decidem paralisar as máquinas e cruzar os braços. Esse gesto rapidamente se espalha por todo o ABC e, em seguida, para as empresas de São Paulo e de outras cidades do Estado.

No dia 11 de dezembro de 1978, dirigentes de diferentes sindicatos realizam, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, a primeira reunião em que se discutiu a idéia de os trabalhadores constituírem um partido político, o que se traduziria na criação do Partido dos Trabalhadores

PORQUE 12 DE MAIO

No dia 12 de maio de 1978, uma sexta-feira, 3 mil funcionários da Scania de São Bernardo entraram em greve. A manifestação permaneceu até a segunda-feira, 15 de maio.

Os trabalhadores reivindicavam aumento salarial e melhores condições de trabalho. Segundo Gilson Menezes, um dos líderes da greve da Scania de 1978, na sexta-feira (12 de maio), 7h, os metalúrgicos entraram na fábrica, vestiram os macacões, foram para o pátio, mas não ligaram as máquinas. Ficaram de braços cruzados até conseguirem um acordo com a diretoria da montadora.

Menezes afirmou que a preparação da greve da Scania começou três dias antes da paralisação acontecer. “Estávamos em um período em que o sindicato estava muito ativo. Nós queríamos tanto melhorias dos salários e das condições de trabalho como também liberdade”, contou o ex-diretor do sindicato. A lei 4330/64, instaurada durante o período de ditadura, proibia greves no país. Os sindicatos não podiam fazer reunião. Não era permitido nem falar a palavra greve.

FICHA TÉCNICA DO EVENTO

O que: Evento em comemoração dos 30 anos da greve da Scania-

A que horas: a partir das 9h (fala do presidente Lula prevista para depois das 19h)

Onde: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, 3º andar, rua João Basso, 231, Centro, SBC, 4128-4253, 4128-4200

Capacidade do auditório do Sindicato – 700 pessoas sentadas

Duração do filme Linha de Montagem – 90 minutos