30 anos da morte de Vladimir Herzog: Ditadura militar começava a acabar
Ato ecumênico realizado domingo na Catedral da Sé, em São Paulo, homenageou a memória do jornalista Vladimir Herzog, torturado e morto há 30 anos pelos órgãos de repressão da ditadura militar que mandou no Brasil de 1964 a 1985.
O assassinato de Vlado, como era conhecido, no dia 25 de outubro de 1975, representa um dos pontos altos da escalada movida pelos militares contra o Partido Comunista Brasileiro (PCB) daquela época.
Na ocasião, os militares já haviam liquidado as guerrilhas urbana e rural. Mas a oposição, representada pelo MDB, impõe forte derrota eleitoral à ditadura. Para garantir sua existência, a repressão passa a perseguir tudo que fosse contra o governo. O PCB é um dos primeiros.
Após assassinar Vlado, a ditadura alega que ele havia se suicidado. Ninguém acredita na versão e a reação popular que segue a morte do jornalista mostra que a ditadura começava a acabar.
Apesar dos bloqueios montados em toda a cidade, cerca de oito mil pessoas compareceram ao ato ecumênico realizado na Catedral da Sé sete dias após a morte de Vlado. Era a primeira grande manifestação contra a ditadura militar desde 1968.