35 horas semanais: Direita francesa quer aumentar jornada

Sindicatos e partidos políticos progressistas na França estão mobilizados para colocar nas ruas uma campanha em defesa da jornada semanal de 35 horas, conquistada em 1998.

O governo de direita do país e os sindicatos patronais querem aumentar a jornada sem aumentar os salários e introduzir uma série de modificações nas leis trabalhistas em favor dos patrões.

Uma das propostas prevê pagamento maior e mais horas extras permitidas por ano. Atualmente, as quatro primeiras extras são remuneradas a 110% nas empresas com menos de 20 assalariados e a 125% nas demais.

As negociações entre trabalhadores, empresários e governo para debater mudanças nas leis trabalhistas começarão no mês que vem, mas já enfrentam forte oposição dos sindicatos, que temem uma tentativa de retirada de direitos adquiridos.

A desconfiança procede já que o novo código foi elaborado por comissão presidida pelo secretário-geral do grupo Renault, um dos maiores da França. Entre as propostas mais sacanas está a que pretende facilitar a demissão de trabalhadores.

Além disso, o governo não quer atender o pedido da CGT (Central Geral do Trabalho) para que formule uma verdadeira política de reinserção profissional.

A reivindicação tem em vista principalmente os trabalhadores nas micro e pequenas empresas, que não dispõem das mesmas garantias do pessoal empregado nos grandes grupos industriais nos casos de demissões coletivas.