40 HORAS Como sempre, patrões não queremmelhorar a vida do trabalhador

Da mesma forma como fizeram com o fim da escravidão, a criação do salário mínimo e com a redução da jornada para 44 horas, os patrões estão intransigentes contra as 40 horas. A CUT quer mobilizar os trabalhadores para mudar esse jogo.

CUT quer mobilização contra intransigência dos patrões

Os empresários fecharam questão e não aceitam negociar a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, como previsto na Proposta de Emenda Constitucional – PEC 231/95.
Diante da intransigência, a CUT aposta na realização de mobilizações para depois do Carnaval, o que inclui greves e paralisações em diferentes setores.
“Temos de mostrar nossa capacidade de mobilização, sem isso não vai haver mudança”, afirmou Artur Henrique, presidente da CUT.
O presidente da Câmara, Michel Temer, chegou a propor escalonar a redução da jornada para 42 horas até 2012. As centrais aceitam negociar a proposta, contanto que seja marcada uma data para votação da PEC em plenário, o que obrigaria os empresários a abrir um real processo de negociação.
Lucro
Os sindicalistas, porém, rejeitaram a ideia apresentada por Temer e reivindicada pelo empresários de reduzir impostos das empresas em troca da jornada menor.
“Essa discussão de benefício fiscal é uma tentativa de esconder o que realmente está em discussão, pois com o lucro e a produtividade alcançada pelo capital, os patrões podem reduzir a jornada sem problemas”, disse Artur.

Desculpa é sempre a mesma

A choradeira dos empresários é bem conhecida dos trabalhadores brasileiros.
Quando a escravidão foi abolida em 1889, os senhores da senzala alardearam que a medida destruiria a economia agrária do País e estimularia a preguiça e a vagabundagem.Nada disso ocorreu.
Quando o salário mínimo foi criado em 1945, o patronato atacou a conquista e fez de tudo para derrubar Getúlio Vargas, que confirmou o avanço.
Getúlio acabou renunciando meses depois.
Quando a Constituição de 1988 garantiu a redução da jornada de 48 para 44 horas, os patrões vieram com o mesmo discurso apocalíptico de que as empresas quebrariam.
Elas não quebraram.
Nenhum argumento racional justifica a aversão a avanços sociais.
A única razão para tamanha rejeição é a ambição desmedida pelo lucro.