50 anos da Greve dos 300 mil, a greve que parou São Paulo
Ocorrida entre os dias 25 de março e 23 de abril de1953, a “Greve dos 300 mil” eclodiu num momento em que a luta contra o aumento do custo de vida, que atingia de forma explosiva os gêneros de primeira necessidade, ganhava as ruas de São Paulo.

No dia 18 de março, uma semana antes da eclosão da greve, ocorreu a “passeata da panela vazia” reunindo 60 mil pessoas que partiram da Praça da Sé até o Palácio dos Campos Elíseos, sede do governo estadual, conduzindo cartazes com dizeres contra a carestia e estandartes dos vários sindicatos que apoiavam a manifestação popular.
Embora liderada pelos trabalhadores têxteis, a greve envolveu outras categorias como marceneiros, vidreiros, metalúrgicos e gráficos e contou com amplo apoio da população, incluindo os comerciantes que se solidarizaram com os grevistas. As comissões de salários ou comissões de greve, organizadas antes da greve, foram fundamentais na preparação e na condução do movimento paredista. Os piquetes de massa, que reuniam de dois a três mil grevistas e percorriam as principais ruas e avenidas dos bairros operários próximos ao centro da cidade, foram marcantes das manifestações.
Os trabalhadores conquistaram 32% de aumento salarial, pouco mais da metade dos 60% reivindicados inicialmente, mas muito além dos 15% oferecidos pelos patrões. Porém, o grande saldo da greve foi a vitória política. Os sindicatos ganharam um novo impulso e o número de sócios cresceu rapidamente. As assembleias passaram a ser mais concorridas e mais disputadas. Novos ativistas surgiram principalmente entre os jovens. Foi um momento decisivo para o movimento sindical, que marcou a retomada das grandes manifestações operárias que prosseguiram de forma crescente até o golpe de 1964.
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