50 anos do 1º Congresso dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema
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No dia 06 de setembro de 1974, às 19 horas, foi instalado o 1º Congresso dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema que se estendeu até o dia 08. Pela Tribuna Metalúrgica foram convidados 500 associados do sindicato, dos 20 mil que havia na época. A limitação do público foi justificada pelas dimensões do auditório. Como sabemos, nesse período a Ditadura Militar havia completado 10 anos e a repressão era violenta. Nesse período, também estava chegando ao fim o chamado “milagre econômico” que fez a produção de automóveis bater sucessivos recordes nas montadoras da Detroit brasileira.
Para os trabalhadores as cifras também eram elevadas, mas sem motivos para comemorações, pois diziam respeito aos recordes de acidentes de trabalho e de horas extras, sem falar do arrocho salarial. Portanto, os problemas eram muitos, os frutos do “milagre econômico” não chegavam até o bolso dos trabalhadores, apesar da intensa exploração do Trabalho. O Congresso foi um momento de ampliação da presença do Sindicato nas bases, apesar de todo o clima de repressão e perseguição aos trabalhadores. Foi uma oportunidade de troca de experiências entre as fábricas e a identificação de problemas comuns. Nas grandes empresas com milhares de trabalhadores a comunicação entre eles, dado o isolamento das seções, também era muito difícil e o Congresso possibilitou essa aproximação e diálogo.
Foram debatidos na ocasião temas como: condições de trabalho; política salarial das empresas; segurança no trabalho; rotatividade da mão de obra e a situação das empresas. Também foram apontadas como resoluções políticas: o reconhecimento da liberdade sindical; total liberdade para o exercício do direito à Contratação Coletiva do Trabalho; implantação de cursos de capacitação sindical aos associados, entre outras deliberações. Segundo a historiadora Katia Paranhos, “o 1º Congresso dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema foi um movimento que ampliou a representação do Sindicato a partir do seu estreitamento com a fábrica. Sobretudo, definiu o sindicato como lugar de luta, onde os trabalhadores unidos buscariam soluções coletivas”.
Departamento de Formação