56 dias de luta sem desanimar

Hoje completam 56 dias que o diretor do Sindicato Luís Sérgio, o Pica-Pau, está acampado. A luta começou em 10 de agosto, mas a sua briga com a fábrica vem de antes. Pica-pau foi eleito cipeiro no ano passado por força de liminar judicial, já que a fábrica quis demiti-lo para impedir sua participação na CIPA. Foi reeleito novamente para a CIPA neste ano e em seguida eleito para o Comitê Sindical.  José Paulo Nogueira, diretor do Sindicato, acompanha o episódio desde o início.

Porque que Pica-Pau foi demitido?
Porque a fábrica viu o início da organização interna do Sindicato, coisa que não admite.

Como assim?
Sem alguém que fiscalize é muito mais fácil para a empresa cometer desmandos e abusos.

São vários problemas apresentados. Qual é a ação do Sindicato?
O clima de terror é tanto que a fábrica faz de tudo para afastar os trabalhadores do Sindicato, com ameaças de todo o tipo. Com o pessoal acuado é difícil uma reação. Sempre protocolamos pautas, como fazemos nas demais empresas, mas nunca obtemos respostas. A fábrica é intransigente até nos vários processos que temos na Justiça. Ou seja, além do desrespeito ao trabalhador, desrespeita um poder de Estado.

Existe na base empresa com comportamento igual?
Lidamos com vários tipo de patrão. Nenhum tem comportamento tão autoritário. Nem com a Termomecânica a relação é tão deficiente. Penso que falta humildade à diretoria da B.Grob reconhecer que o Brasil é outro País, que os trabalhadores têm direitos, entre eles, o de serem ouvidos.

Que medidas o Sindicato tomará?
A de sempre, a luta. Pica-pau está disposto a continuar com seu protesto. Não vamos sair do pé da fábrica. Temos um processo judicial também. Amanhã teremos novidades. A categoria está sensível e solidária porque muita gente já viveu drama semelhante. Estamos confiantes.