600 mil metalúrgicos no País protestam em defesa dos direitos
Cerca de 600 mil metalúrgicos em todo o Brasil paralisaram as atividades ontem em defesa dos direitos e contra os ataques do governo ilegítimo. O Dia Nacional de Mobilização e Paralisação dos Metalúrgicos foi convocado por 18 entidades que representam mais de dois milhões de metalúrgicos, entre elas a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, a CNM-CUT, e a Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, a FEM-CUT.
No ABC, o ato será na próxima semana, já que diversas empresas estão em férias coletivas e licença remunerada.
“Foi um dia extremamente importante ao mostrar a unidade dos metalúrgicos em todo o País e das respectivas centrais sindicais. Mostramos que defenderemos nossas conquistas e estaremos sempre na luta contra qualquer atentado aos direitos dos trabalhadores”, afirmou o presidente da CNM-CUT, Paulo Cayres, o Paulão.
Entre as ameaças estão a terceirização ilimitada, a implantação da jornada de trabalho de 12 horas diárias, contratos de trabalho flexíveis e a reforma da Previdência.
“Não vamos aceitar a truculência desse governo de colocar as pautas de cima para baixo”, disse. “Se a idade mínima de aposentadoria mudar para 65 anos, têm trabalhadores que não vão nem se aposentar”, explicou.
O dirigente destacou que o projeto de terceirização ilimitada, o PLC 30, está para ser votado no Senado e avaliou que há um esforço do governo e de setores do empresariado para condicionar a recuperação da economia à retirada de direitos.
“Parte dessa crise foi estimulada. Foi uma retenção de investimentos para, na sequência, implementar essa pauta. Eles querem convencer que para crescer precisa precarizar”, disse. “Se você não distribui renda, não vai ter a economia girando”, prosseguiu.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, Miguel Torres, afirmou que o objetivo dos atos é extinguir os projetos contrários aos interesses dos trabalhadores.
“Somos contra as reformas da Previdência Social, da CLT, desvincular o reajuste dos benefícios do salário mínimo. Tudo que vier para tirar ou diminuir direitos dos trabalhadores, nós seremos contra”, disse.
“Se não enfrentarmos esses balões de ensaio que estão chegando, vão virar proposta mesmo. Vamos estar atentos com a unidade de diferentes centrais e correntes ideológicas para que não mexam nos direitos dos trabalhadores”, continuou.
Outras categorias também aderiram ao dia de luta dos metalúrgicos, como os trabalhadores na construção civil em Belém.
Da Redação