#600PeloBrasil: “Reduzir o auxílio emergencial para R$ 300 é um crime que pode levar o Brasil ao caos”

Campanha lançada pelas 11 centrais sindicais pressiona pela manutenção dos R$ 600 até dezembro e dos R$ 1.200 para as mães chefes de família

A CUT e as outras 10 centrais sindicais lançaram uma campanha e um abaixo-assinado pela manutenção do valor do auxílio emergencial em R$ 600 até dezembro e de R$ 1.200 para as mães chefes de família. Nas redes sociais a campanha usa a hashtag #600PeloBrasil e a palavra de ordem é “Bota pra votar já, Maia”.

O pedido é para o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, pautar a votação da Medida Provisória 1000/2020. A MP encaminhada pelo governo Bolsonaro amplia o pagamento do auxílio até dezembro, mas reduz o valor de R$ 600 para R$ 300 e muda os critérios de acesso ao benefício para tirar milhões de trabalhadores da lista. O governo não quer que a MP seja votada, prefere que caduque após o prazo legal de 120 dias, que coincide com o fim do pagamento do auxílio emergencial.

“Reduzir o auxílio emergencial para R$ 300 é um crime que pode levar o Brasil ao caos”, alertou o presidente da CUT, Sérgio Nobre.

Em artigo escrito conjuntamente, as centrais reforçaram a necessidade de manutenção do valor e destacaram a alta nos preços dos alimentos.

“Deve estar claro para todos que R$ 300 não atendem às necessidades básicas de uma pessoa em um mês, ainda mais para uma família! O aumento do custo de vida tem corroído mais os rendimentos menores, especialmente pelo aumento dos preços dos alimentos”.

Segundo o Dieese, o valor da cesta básica no Brasil varia entre R$ 398, em Aracaju, e R$ 540, em São Paulo “O que mostra que R$ 300 mensais não são suficientes nem para a alimentação. E ainda é preciso colocar nessa conta moradia, saúde, transporte e educação, além de todas as outras necessidades”, ressaltaram.

Fruto de luta das centrais

Sérgio Nobre lembrou que, ao contrário do que diz Bolsonaro, o valor de R$ 600 foi fruto da pressão das centrais sobre os parlamentares para que, no início da pandemia, em março deste ano, fosse aprovado um valor maior do que o que queria o governo, que propunha R$ 200. 

“Foi nosso trabalho de convencimento dos parlamentares, a pressão do movimento sindical, conscientizando sobre o que seria não ter esse programa durante a pandemia que garantiu o valor maior. Se a economia não está pior é por conta do auxílio emergencial. Os R$ 600 foram a única fonte de renda de milhões de pessoas”, afirmou.

Retomada da atividade econômica

Os presidentes das centrais consideram que a melhor proteção para o problema fiscal é a retomada da atividade econômica, que começa protegendo a renda que garante o consumo da população e sustenta a demanda das famílias.

“A continuidade do auxílio emergencial de R$ 600, por outro lado, tem o potencial de conter esse cenário trágico. Estudos estimam que ele representa 2,5% do PIB (lembremos que o Brasil vem crescendo 1% ao ano), com mais de R$ 320 bilhões injetados na economia através do sustento das famílias beneficiadas. Ou seja, além de garantir a subsistência e o consumo da população carente, ele fomenta a atividade de micro, pequenas e grandes empresas”, afirmam.

Abaixo-assinado

Além da pressão sobre os deputados e sobre os presidentes, tanto da Câmara, como do Senado, para quem os presidentes das centrais já pediram audiências, a campanha será feita por meio de um abaixo-assinado aberto a toda a sociedade.

O abaixo-assinado pode ser acessado pelo site change.org, nos assuntos relacionados clique em “política”. As assinaturas também serão recolhidas nos municípios com sindicatos e movimentos sociais dialogando com a população.