7% são rejeitados e metalúrgicos aprovam aviso de greve nas montadoras

"A luta será longa, pois o acordo está bem distante", afirmou o presidente do Sindicato, Sérgio Nobre

 

Rossana Lana / SMABC

Os metalúrgicos do ABC que lotaram a rua do Sindicato neste sábado e rejeitaram os 7% propostos pelas Montadoras e aprovaram, por unanimidade, entregar hoje o aviso de greve para o Sinfavea. As empresas do Grupo 10 também não apresentaram qualquer proposta e já receberam o aviso de greve.

Até quarta-feira, quando o aviso de greve começa a valer, os trabalhadores farão atos de protesto e paradas da produção nas fábricas sob a orientação das Comissões de Fábrica e Comitês Sindicais. Após esse prazo, a categoria decidirá se entra ou não em greve.

“A luta será longa, pois o acordo está bem distante”, afirmou o presidente do Sindicato, Sérgio Nobre. “A decisão da assembleia é buscar os 9% dos outros grupos e também um percentual de abono a ser incorporado ao salário”, avisou. Ele lembrou que é necessário esperar dois dias para decidir a paralisação para que as empresas não recorram à Justiça.

Montadoras podem
Sérgio Nobre comentou que o País vive um momento extraordinário e que as Montadoras batem recordes de produção e têm condições de atender as reivindicações da categoria.

“Não pode só um lado ganhar, queremos crescer com as Montadoras”, prosseguiu o presidente do Sindicato. “Se as empresas nacionais são capazes de suportar os 9%, as Montadoras, que são multinacionais, também têm essa condição”, destacou o dirigente.

“Queremos os melhores salários”
“Um dos argumentos das Montadoras para não chegar aos 9% é que temos os melhores salários do País”, revelou Sérgio Nobre. “Mas se elas montadoras querem ser líder de vendas, querem ser as melhores, os metalúrgicos do AB C também querem os melhores acordos, os melhores salários e as melhores condições de trabalho”, ponderou. “Afinal, os recordes de produção também se devem aos esforços dos trabalhadores. Queremos crescer juntos”, destacou.

Sérgio Nobre disse que o interesse do Sindicato não é fazer greve e sim fechar um bom acordo. “A paralisação é importante porque cria um fato novo que pode fazer as partes voltarem a negociar”, concluiu.

Estão em luta cerca de 40 mil trabalhadores, 36 mil nas Montadoras e quatro mil nas empresas do grupo 10. 

Vídeo: TVT / Reportagem: Uélson Kalinovski / Imagens: Robson Marques