950 novas contratações na Mercedes-Benz
Ação dos trabalhadores na fábrica foi decisiva para conquistar a abertura de novos postos de trabalho
Sérgio Nobre destacou a importância da negociação permanente com a fábrica.
Foto: Rossana Lana / SMABC
Nos próximos dias, 950 metalúrgicos começarão a trabalhar na Mercedes, em São Bernardo, onde se juntarão aos atuais 13 mil companheiros na fábrica.
As contratações foram anunciadas nesta quinta-feira (30) e 200 metalúrgicos já estão trabalhando. Os demais irão para diversos setores, inclusive administrativos.
Parte deles irá viabilizar a criação do terceiro turno em um terço das áreas da produção que ainda não operavam em três períodos. Os demais vão atender ao aumento de capacidade de produção.
Com estas, a MBB completa 2.850 contratações desde setembro de 2009, ano marcado pela crise econômica mundial. Naquele ano os metalúrgicos do ABC iniciaram uma ação decisiva, lembra o presidente do Sindicato, Sérgio Nobre.
Uma dessas iniciativas foi apresentar propostas e negociar políticas de estímulo à produção, espécie de vacinas contra a crise.
“Conseguimos a redução do IPI para a venda de caminhões e a reestruturação do programa Pró Caminhoneiro, facilitando o financiamento” lembrou.
Sérgio Nobre também apontou para negociação permanente entre trabalhadores e a montadora como elemento central para o crescimento. “É a negociação que permite a fábrica se preparar rapidamente para mudanças, inclusive receber novos companheiros”.
Outro foco foi a atuação junto ao Conselho de Administração Mundial da empresa, defendendo investimentos no Brasil. “A estabilidade econômica brasileira e as medidas negociadas com o governo federal foram determinantes para as contratações”, disse Valter Sanches, diretor do Sindicato e membro do Conselho de Administração Mundial.
Carlos Alexandre (esq) e Fernando, dois dos novos contratados.
Foto: Raquel Camargo/SMABC
Uma nova perspectiva
Fernando Viola e Carlos Alexandre Silva de Souza são cunhados e estão entre os 200 contratados que já trabalham na fábrica. Os dois estão no setor de eixos e também têm em comum a mesma origem profissional. Vieram de fábricas de autopeças.
“Consegui essa oportunidade e sai do antigo emprego por causa de uma perspectiva melhor, tanto profissional, como salarial”, conta Carlos Alexandre.
“Até ganhava mais, mas foi uma boa troca. Não tem nem o que falar”, comenta Fernando. Ele já foi convidado a fazer um curso de CNC no Senai e depois espera poder cursar um técnico.
Carlos Alexandre já é técnico e agora acredita que terá uma folga salarial para cursar uma faculdade.
Da Redação