O estudo apontou recuo em negociações que tiveram reajustes inferiores à inflação do período, passando de 11% em 2008 para 4% em 2009. Entre os reajustes acima das perdas geradas pelo aumento dos preços, houve pouca oscilação no período: de 77% em 2008 para 78% em 2009. Os acordos que apenas zeraram o INPC passaram de 12% em 2008 para 18% em 2009. Os técnicos do Dieese dizem que a maior parte dos acordos, fechados tanto abaixo como a acima da inflação registrada no período, aproximou-se do INPC registrado na época.
Na análise de reajustes concedidos a diferentes setores da economia, o resultado foi heterogêneo. Na indústria, por exemplo, o porcentual de ganho salarial acima da inflação sofreu ligeira redução, variando de 86% para 83% nos mesmos períodos de análise. O segmento de prestação de serviços reduziu de 14% para 4% o porcentual de categorias que tiveram perda salarial com o aumento da inflação e registrou aumento de 71% para 78% nas faixas que conquistaram aumento do poder de compra no período.
Os analistas do Dieese apontam como fatores responsáveis pela melhora nos reajustes de salários a queda da inflação no início do ano e o aumento das pressões sindicais. Contudo, eles ressaltam que a análise é somente dos reajustes conquistados no período, sem levar em conta os reflexos da crise no nível de emprego, que teve profunda queda nos setores exportadores e naqueles que dependem de crédito interno e externo.