“Se a sociedade ainda é racista, o preconceito está em todo o lugar”

Como enfrentar um problema que as pessoas acham que não existe? A pergunta sobre o racismo foi um dos destaques do debate que marcou o terceiro módulo do curso História da África, na última segunda, no Centro de Formação Celso Daniel, ao lado da Sede.

 “À medida que o racismo recua um pouco com nossa luta, ele também busca outras formas de se rearticular”, afirmou o membro da Comissão de Igualdade Racial do Sindicato, José Laelson de Oliveira, o Leo Superliga (foto).

Durante a aula, o professor Deivison Nkosi apresentou vídeos sobre fatos recentes de racismo, como o caso Tinga.

O volante do Cruzeiro foi alvo de racismo da torcida do Real Garcilaso, no Peru, que imitava macacos sempre que o atleta tocava na bola durante partida da Copa Libertadores da América em fevereiro deste ano.

 “Estes torcedores alegaram na imprensa que era uma brincadeira, mas brincadeira também fere e pode ser política.

E é essa mesma mídia que‘macaqueia’ o negro constantemente, que repercutiu a comoção nacional com a história. do jogador, inclusive o protesto feito pela presidenta Dilma pelo Twitter com a campanha O Brasil inteiro #FechadoComOTinga”, prosseguiu Leo.

O dirigente lembrou ainda que durante as quartas de final da Copa do Mundo, o governo federal participará do combate à discriminação com a ação Copa sem racismo.

Na campanha, as seleções que disputarem as partidas a partir desta sexta, dia 4, levarão faixas com mensagens contra o preconceito.

Para a secretária da Mulher da FEM-CUT e CSE na Apis Delta, Andrea Ferreira de Souza, a Nega, olhar para o racismo nos obriga a reconhecer que se a sociedade ainda é racista, ele está em todo o lugar.

 “Por isso a nossa meta é, por meio do conhecimento e de ações como esta na Copa do Mundo, tornar os participantes do nosso curso e toda sociedade multiplicadora ao combate desta prática”, concluiu Nega.

Da Redação