Novas, e boas, perspectivas para os próximos anos
O cenário que o Sindicato tem pela frente, do ponto de vista econômico, é de crescimento sustentável da economia e de expansão da indústria e do setor automotivo, com impactos positivos na cadeia produtiva. As previsões de investimento no setor para os próximos anos confirmam essa tendência e apontam para um novo patamar de reestruturação das empresas. Os dados indicam um ambiente favorável à ampliação das conquistas.
Na campanha salarial deste ano o Sindicato enfrentou saiu vitorioso, firmando os melhores acordos dos últimos anos, apesar de enfrentrar um endurecimento por parte dos empresários na mesa de negociação. Mas nunca foi fácil nem será. Se quiser ampliar a participação nos resultados da riqueza que produz, a categoria precisa estar preparada para embates e negociações duras.
É neste cenário que deve-se priorizar, além das conquistas econômicas, a consolidação da organização no local de trabalho e a luta pela diminuição das desigualdades existentes na cadeia produtiva, particularmente as formas precárias de trabalho.
REGIONALIDADE – No espaço da política, as eleições municipais abrem a perspectivas positivas às forças progressistas, condição fundamental para resgatarmos a articulação dos municípios e a participação da sociedade civil na construção do desenvolvimento regional.
A criação da Universidade Federal do ABC, resultado da mobilização popular no passado, poderá ter, nos próximos anos, um papel importante no diagnóstico do potencial econômico da região e na construção de propostas que impulsionem o desenvolvimento sustentável e fortaleçam a identidade cultural do Grande ABC.
AGENDA – O Sindicato tem, ao lado de outros setores do movimento sindical, uma agenda a ser desenvolvida no espaço nacional da política. Quer ampliar e o fortalecer as políticas de emprego, de distribuição de renda e de proteção social, que diminuíram significativamente a pobreza e a exclusão social nos últimos anos. Reivindica a ampliação e a consolidação das políticas voltadas à superação das desigualdades sociais como o investimento na educação, no saneamento básico, no sistema público de saúde. Continua reivindicando a superação do modelo corporativo de regulação das relações de trabalho como condição para a construção de sindicatos independentes e fortes, enraizados no local de trabalho, capazes de cumprir seu papel histórico de lutar por melhores condições de trabalho, por melhores salários e por transformações sociais.
FORMAÇÃO – No campo da cultura, há um imenso trabalho a ser realizado. É preciso dar continuidade e alargar as fronteiras do processo de formação de nossos dirigentes, militantes e trabalhadores. A formação deverá continuar sendo essencialmente um processo político, uma prática voltada para a liberdade e para a emancipação dos trabalhadores, como indivíduos e como ser coletivo.
Deverá continuar focando a prática sindical e política no espaço da fábrica e na sociedade, preparando nossa base e nossos dirigentes para o trabalho criativo, e ao mesmo tempo difícil, de construir nesses espaços relações democráticas de poder e hegemonia.
A formação não ficará restrita à sala de aula nem aos livros, mas sim se abrir para o mundo, incluir outras formas de linguagem e de manifestações culturais, estabelecer uma mediação mais criativa entre o cotidiano e a história. Deverá ser um dos canais de comunicação com outros movimentos sociais com os quais compartilhamos uma visão semelhante de mundo e o mesmo projeto de sociedade.