Pressão do Sindicato comprova que empresas podem dar reajuste
Com a decisão da Direção Plena dos Metalúrgicos do ABC de garantir o reajuste de 8% na Campanha Salarial deste ano ou parar as fábricas que recusarem, cerca de 113 empresas na base já concordaram em negociar o reajuste para evitar a greve.
Itaesbra, Autometal, Brasmeck, Continental Parafusos e MGE, todas em Diadema, por exemplo, já têm acordo fechado com o Sindicato, garantindo os 8% retroativo a data-base de 1º de setembro.
“Ao contrário do que acontece com todas as bancadas patronais na mesa de negociação, as empresas estão demonstrando interesse em fechar acordo”, afirmou o coordenador de São Bernardo, Nelsi Rodrigues, o Morcegão.
Nas últimas reuniões, os negociadores patronais de todos os Grupos em Campanha afirmaram que só poderiam repor a inflação, sem aumento real. A proposta foi rejeitada pela Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, a FEM-CUT.
Segundo Morcegão, mais de 60 empresas de todos os grupos em São Bernardo estão prontas a negociar até o início da semana que vem o índice reivindicado pela categoria, com a reposição da inflação de 6,35% e aumento real de 1,55%, retroativo a data-base de 1º de setembro.
Em Diadema, outras 20 autopeças se reúnem hoje para tentar um acordo em bloco e evitar que a produção seja paralisada.
“Além destas, ainda existem outras que correm contra o tempo, que determinamos até terça da semana que vem, para garantir que os trabalhadores não cruzem os braços no dia 8”, lembrou David Carvalho, coordenador da Regional Diadema.
A posição das empresas metalúrgicas da base em Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra é a mesma.
“Das mais de dez empresas que entramos em contato, nenhuma delas se negou ao diálogo. Ao contrário, se mostraram favoráveis a conceder o reajuste”, contou o coordenador da Regional de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos.
Desta forma, mais de 20 mil trabalhadores já conquistaram o reajuste ou estão a um passo de conquistá-lo no início da semana.
Trabalhadores na ZF fazem protesto de alerta
A decisão da ZF, em São Bernardo, em seguir a bancada patronal do Grupo 3, provocou a revolta dos companheiros na autopeças.
Em assembleia realizada ontem, os trabalhadores decidiram paralisar a produção por duas horas, como alerta à empresa.
“Estamos unidos para buscar o reajuste de 8%. Ou fecha o acordo ou fecha o tempo”, garantiu o coordenador do CSE na ZF, Paulo Márcio Nogueira, o Arrepiado.
“Até terça a ZF pode decidir se quer ou não ter a produção paralisada por um dia inteiro”, concluiu o dirigente.
Da Redação