Metalúrgicos do ABC intensificam luta e aprovam paralisação dia 8
Rafael durante reunião da Direção Plena do Sindicato na Sede
Em plenária realizada na manhã de ontem na Sede, a Direção Plena do Sindicato aprovou por unanimidade realizar uma paralisação na próxima quarta-feira, dia 8, nas empresas que participam da Campanha Salarial 2014 e não concordam em pagar o índice reivindicado pela categoria.
O reajuste é de 8%, composto por 6,35% de reposição da inflação dos últimos 12 meses até setembro, medida pelo INPC, multiplicado por 1,55% de aumento real, também retroativo a 1° de setembro, data-base da categoria.
Em reunião com o Grupo 3 no Sindipeças na última terça, a bancada patronal não apresentou nova proposta e manteve apenas a reposição integral do INPC, índice que já tinha sido rejeitado pela Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, a FEM-CUT.
“Todas as regionais e comitês estão autorizados a negociar com as fábricas e arrancar os 8% até terça, dia 7”, afirmou o presidente do Sindicato Rafael Marques.
“Quando terminar o prazo, onde não houver acordo, os trabalhadores cruzarão os braços durante todo o dia seguinte em advertência”, prosseguiu.
Ele também lembrou que as empresas de autopeças têm um potencial enorme com a Lei de Rastreabilidade do conteúdo nacional que o governo federal já sancionou e irá beneficiar o setor. “Nossa expectativa para o crescimento desta área em 2015 é grande. Tanto que em algumas empresas da base já voltaram a contratar”, disse.
As principais reivindicações dos metalúrgicos da CUT no Estado de São Paulo este ano são reposição integral da inflação, aumento real de salários e redução de jornada sem redução de salário.
A pauta foi entregue para as seis bancadas patronais em 16 de junho e a data-base é 1º de setembro. Os 215 mil metalúrgicos no Estado em Campanha negociam só as cláusulas econômicas. As sociais valem por dois anos e estarão em vigor até 31 de agosto de 2015.
Mesmo assim, a licença maternidade de 180 dias é reivindicada para os Grupos 8, 10 e Estamparia, e o Vale-Cultura, no valor de R$ 50 por mês, para todos os trabalhadores.
Mais de 30 fábricas fizeram assembleias de mobilização
Para pressionar por uma proposta melhor, trabalhadores em mais de 30 fábricas na base já aprovaram durante assembleias desde agosto avanço nas mobilizações para fortalecer o Sindicato na Campanha Salarial.
“Propor os 100% do INPC foi um bom começo, mas a FEM-CUT, e os 14 sindicatos filiados, mantém o diálogo aberto para prosseguir as negociações em busca de uma proposta melhor”, destacou Rafael.
Entre outras fábricas, já realizaram assembleias de mobilização os companheiros na Resil, IGP, Parker, Wagner Lennartz, Conipost, Delga, Dana, Metaltork, Autometal, TTB e Itaesbra, em Diadema; na Polimold, ZF, Mahle, Karmann Ghia, Samot, Toledo, Hydro Z, Otis, Fibam, Kion Still, Mensan (Cabomat) e Rassini, em São Bernardo; na Unitec, Aperam, Fledlaz e VMG, em Ribeirão Pires; e na Dura Automotive, em Rio Grande da Serra.
Da Redação