FEM-CUT rejeita proposta das bancadas patronais. mobilizações prosseguem

Biro-Biro, ao lado do presidente do Sindicato, Rafael Marques, fala durante negociação da Campanha Salarial

Representantes patro­nais dos Grupos 2 (máquinas e eletrôni­cos), 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos, refrigeração, equipamentos ferroviários, rodoviários, entre outros), 10 (lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação, material bélico, entre outros), Estamparia e Fundição, se­guiram o Grupo 3 (autopeças, forjaria e parafusos) e também apresentaram proposta de re­posição integral da inflação de 6,35% para a Campanha Salarial 2014.

Da mesma maneira que agiu com o Grupo 3, a Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, a FEM-CUT, rejeitou as propostas das demais bancadas. Oferecidas durante negociações que aconteceram na quarta, quinta e sexta-feira da semana passada, o reajuste não foi con­siderado suficiente.

Para o presidente da Federa­ção, Valmir Marques da Silva, o Biro-Biro, as empresas deram um bom passo ao proporem deficiência os 100% do INPC (saiba mais nesta página). Esse índice, no entanto, ainda não alcança o que a categoria deseja.

Para pressionar por uma proposta melhor, os metalúr­gicos na base do ABC realizam manifestações hoje com os trabalhadores na IGP, Parker e Wagner Lennartz, em Dia­dema; na Samot e Kion Still, em São Bernardo.

“Essa luta dos companheiros do ABC vai fortalecer ainda mais nossa estratégia durante as negociações da Campanha Salarial. Por isso, contamos com o apoio e unidade de to­dos os companheiros”, disse o dirigente.

Biro-Biro destacou ainda a grande responsabilidade da categoria neste momento, quando o País segue crescendo e gerando empregos.

“As campanhas salariais es­tão entre as principais respon­sáveis pelo grande movimento de distribuição de renda que aconteceu no País nos últimos 12 anos e não podemos inter­romper este processo”, pros­seguiu.

A pauta foi entregue para as seis bancadas patronais em 16 de junho e a data-base é 1º de setembro.

Os 215 mil metalúrgicos no Estado em Campanha nego­ciam só as cláusulas econômi­cas, como reposição integral da inflação, aumento real de salários e redução de jornada sem redução de salário. As sociais valem por dois anos e estarão em vigor até 31 de agosto de 2015.

Mesmo assim, a licença maternidade de 180 dias é reivindicada para os Grupos 8, 10 e Estamparia; e o Vale­-Cultura, no valor de R$ 50 por mês, para todos os traba­lhadores.

Entenda o INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor, o INPC, é medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. Ele é obtido a partir dos Índices de Preços ao Consumidor Regionais e tem como objetivo oferecer a varia­ção dos preços no mercado varejista, mostrando, assim, o aumento do custo de vida da população.

Como o INPC mede uma faixa salarial mais baixa que o Índice Nacional de Preços ao Consu­midor Amplo, o IPCA, – até 5 salários mínimos, diante dos 40 salários mínimos do IPCA –, a alte­ração de preços de serviços e produtos mais básicos é mais sentida neste índice.

O peso do grupo Alimentos (arroz, feijão, leite, frutas, refeições feitas em restaurantes, lanchonetes) é maior no INPC que no IPCA. Logo, uma variação nesse grupo tem um impacto maior no INPC.

Para que é usado o INPC?

O índice é utilizado para negociação de reajustes salariais, inclusive dos metalúrgicos do ABC.

Como é calculado o INPC?

O período de coleta do INPC vai do dia 1º ao dia 30 ou 31, dependendo do mês. A pesquisa é realizada em estabelecimentos comerciais, presta­dores de serviços, domicílios (para verificar valores de aluguel) e concessionárias de serviços públicos. Os preços obtidos são os efetivamente cobrados ao consumidor, para pagamento à vista.

O INPC mede a inflação para que parcela da população?

Abrange famílias com rendimentos mensais entre 1 e 5 salários mínimos, residentes nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém, além do Distrito Federal e do município de Goiânia.

Da Redação