“Manifestações irão interferir na Campanha Salarial”
Rafael alerta que Campanha ficou ainda mais complexa
Amanhã, 4, os metalúrgicos dos 14 sindicatos paulistas filiados à Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, a FEM-CUT, entregam a pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2013 na Fiesp, sede dos sindicatos patronais.
Desde o início da Campanha, o presidente do Sindicato, Rafael Marques, alerta que as diferentes realidades econômicas vividas entre os grupos da categoria tornarão as negociações mais difíceis este ano.
Agora, ele alertou que o cenário político de mobilizações pelo País deve ser considerado como mais um item a ser levado em conta nas conversas com os patrões.
Otimismo ou não
“As recentes manifestações em todo o Brasil trazem reivindicações legítimas da sociedade, mas acrescentam um componente político que irá influenciar a Campanha Salarial deste ano”, afirmou.
“As respostas dos governos municipal, estadual e federal serão determinantes para aumentar ou reduzir o otimismo na economia”, acrescentou Rafael.
“A capacidade dos governos para canalizar essa ação nacional em desenvolvimento para o Brasil vai interferir no que iremos debater na mesa de negociação”, destacou o dirigente.
O presidente lembrou que o Sindicato sempre lutou para que o governo federal tomasse medidas de incentivo para a criação de empregos e produção na cadeia do setor automotivo.
O resultado desta luta é a conquista do novo Regime Automotivo, o Inovar-Auto, mas alguns setores dependem de um tempo maior para alavancar a produção ou sofrem porque as medidas ainda não foram suficientes.
“Por isso as empresa da base vivem situações econômicas diferenciadas”, explicou.
Incentivo
Segundo Rafael, algumas fábricas, principalmente as ligadas diretamente à cadeia de veículos leves e de passeio, reagem mais rápido em franca recuperação com as reduções de IPI.
Já outros setores, como de caminhões e seus componentes, têm um prazo maior para se recuperar. “A decisão de comprar um carro com valor em torno de R$ 35 mil é bem mais fácil que a de avaliar um investimento em um bem de capital, na ordem de R$ 600 mil, que é o custo de um caminhão”, enfatizou.
Por essas razões, o presidente do Sindicato incentivou toda a categoria a se empenhar e se organizar para a conquista de todos os pontos da pauta.
Projeto quer precarizar relações de trabalho
Após a entrega da pauta da Campanha Salarial, os metalúrgicos se unirão aos companheiros de outras categorias cutistas para o ato contra o PL 4.330, que precariza ainda mais as relações de trabalho no País, no vão do Masp, na avenida Paulista.
“Os trabalhadores precisam estar atentos porque já tramita no Congresso Nacional e pode ser votado a qualquer momento o projeto que desregulamenta as profissões, precariza as relações de trabalho e reduz salários”, destacou o presidente da CUT-SP e membro do CSE na Mercedes-Benz, Adi dos Santos Lima.
Jogar fora
Segundo ele, o PL da terceirização – como também é chamado – está recebendo o apoio dos patrões, que querem modificar o entendimento sobre a atividade-fim (principal atividade) das empresas para terceirizar a produção também nelas e reduzir salários.
Atualmente é proibido terceirizar a atividade-fim de uma empresa.
“Vamos às ruas para chamar a atenção dos trabalhadores e de toda a sociedade para que os deputados engavetem, rasguem, joguem fora esse projeto, que é um retrocesso nas conquistas dos trabalhadores”, enfatizou Adi.
Da Redação