CNM/CUT terá Coletivo de Pessoas com Deficiência

O presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, que está representando os trabalhadores no encontro mundial da FITIM, em Jacarta – Indonésia pediu para que a assessoria da entidade, presente ao evento no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, fizesse o anúncio da criação do Coletivo Nacional da Pessoa com Deficiência, no ramo de atuação da confederação. Segundo orientação do presidente da CNM/CUT, esse coletivo deverá estar em atividade a partir de fevereiro de 2012.

A inclusão da pessoa com deficiência no mundo do trabalho, e a necessidade do cumprimento da lei de reserva de cota para pessoas com deficiência pelas empresas, foram os temas que mais se destacaram no encontro.

Para o secretário-geral do SMABC, Wagner Santana, “a importância de reunir representantes da prefeitura, movimento sindical e empresários é fundamental para que não fique só no setor de autopeças, mas que as empresas se convençam da necessidade de contratar essa mão de obra qualificada”, afirmou.

Os representantes dos departamentos de Relações Humanas nas empresas, cuja maioria é do setor de autopeças, presentes na sede do sindicato, puderam conhecer a necessidade que muitos trabalhadores têm de voltar ao mercado de trabalho quando adquirem algum tipo de deficiência, provocada por acidente de trabalho, ou não.

A lei de cotas foi cobrada pelos trabalhadores que adquiriram ou já nasceram com alguma deficiência. Foi destacada também a necessidade de adaptação dos ambientes nas empresas às pessoas que precisam de acessibilidade.

“O seminário fortalece nossas demandas, principalmente em relação ao respeito à lei de cotas e bons níveis de acessibilidade nas empresas, com a retirada das barreiras e sinalização adequada”, disse Edvaldo Sousa Santos, o Perninha, da Comissão do Trabalhador com Deficiência do Sindicato.

Tuca Munhoz, coordenador do Instituto MID, de valorização da pessoa com deficiência, elogiou a organização do evento. “Tem acessibilidade total, rampa para o palco, intérprete de libras, programação em Braille, vídeo com áudio-descrição. São mudanças significativas”, comentou.

Munhoz disse ainda que os direitos das pessoas com deficiência só serão cumpridos a partir da criação de políticas públicas nos mais abrangentes setores, como transporte, inclusão escolar e atendimento à saúde. “Temos um grande trabalho pela frente”, resumiu.

A Lei
A Lei 8.213/1991(Lei de Benefícios da Previdência Social) prevê que empresas com mais de 100 funcionários devem abrir, no mínimo, 2% de vagas a deficientes. O percentual aumenta conforme o tamanho do quadro de funcionários, alcançando 5% para companhias com mais de mil trabalhadores contratados. O número exato depende da quantidade total de funcionários.

Ao final do encontro, foi redigida uma carta contendo as reivindicações dos trabalhadores com deficiência. O documento foi assinado pela CNM/CUT, SMABC, Sindipeças e Superintendência Regional do Trabalho e Emprego.

Da CNM/CUT